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sexta-feira, outubro 30, 2009

Porque a vida é divertida...



Tudo o que nela se insere também o é.
São as crianças que nos visitam e animam os nossos dias.
São os projectos que nascem.
São os sorrisos que nos oferecem.
São os amigos que criamos.
É a pura felicidade diária.
É a sinceridade e a fidelidade.
É a doçura de todas as idades e de todas as personalidades.
É o crescimento diário.
É o acréscimo de elementos imprescendíveis à equipa.
São as ideias que "chovem".
É o cansaço prazeroso.
São os beijinhos e os abraços.
São as tigelas de marmelada, os vegetais e os frutos caseiros.
São as visitas inesperadas.
São as palavras de agradecimento e de amizade.
São os aniversários.
São os dias repletos de muita coisa e muita gente.





É para continuar sim senhora.
Cheias de anergia.
Cheias de vitalidade.
Cheias de alegria.
Cheias de paz.



"A cerejeira da Lua"

A Lua fita-nos quando a fitamos? Não. Nunca. Se a chamarmos, deste canto da Terra, a Dama Toda Branca embuça-se de mistério e faz de conta que é a Bela Adormecida. Presunçosa.
Como se toda a gente não soubesse que a Lua deixou de ser inacessível. Botas memoráveis pisaram-lhe a superfície desolada. Satélites zumbem à sua volta. Telescópios potentíssimos perscrutam-lhe todos os socalcos, rugas e verrugas.
A Lua é a nossa vizinha defronte. E, ao perto, nada bonita, por sinal.
Quem se atreve a dizer-lho? Não contem comigo.
Aliás, pouco importa. Ela que nos ignore. Que dirija a atenção para a distância azul da noite. Que recorde outros tempos, antigas glórias. Que sonhe. Deixem-na sonhar.
Entre muitas evocações mimosas, a Lua sonha com o imperador Meng Uóng, que dela se enamorou. Onde isso vai.

Numa das varandas do palácio imperial, ornamentada de gaiolas de ouro, Meng Uóng, tocado pela tristeza do crepúsculo, dá de comer às cotovias.
O sábio Tien-O-Tzê segue-o em silêncio como uma sombra protectora. Foi seu aio, depois seu mestre.
Introduziu-o no segredo dos cultos, interpretou, um por um, para ilustração do jovem imperador, todos os conselhos do livro dos veneráveis e pacientemente guiou-lhe a mão inábil de menino sobre o desenho das primeiras letras gravadas em tabuinhas de sândalo.
Brilha o esmalte das colunas à luz dos archotes. Criados de sandálias sussurrantes varrem com leques de penas de pavão o fumo do ar à roda do imperador. Um perfume adocicado de ervas preciosas evola-se dos turíbulos mansamente agitados pela brisa do princípio da noite.
Uma pena cinzenta de cotovia esvoaça e como que hesita entre a varanda e o escuro do jardim. Tocada por um raio do luar parece de prata.

Isto mesmo diz o imperador, pensativo, enquanto acompanha o devanear da pena que, depois, se perde por entre a ramagem dos sicómoros.
– Tudo à nossa volta aspira à perfeição – comenta o sábio Tien-o-Tzê.
O imperador suspira:
– Até uma pena de cotovia...
– Até uma pena de cotovia – repete o sábio.
– Não será um sinal, um aviso da Lua? – pergunta o imperador, subitamente ansioso.
O sábio permite-se sorrir.
– Se Vossa Majestade assim o quer, será – diz, cofiando a barbicha branca e encerada que lhe escorrega até à cintura.
Descem da varanda ao jardim alumiado por grandes lanternas de pétalas roxas. Suspensas, rente ao chão, as lanternas tudo convertem à cor dos sonhos mais imprevisíveis. A relva, as ramagens baixas dos arbustos e os pés do imperador e do mestre ficam aureolados de roxo e lilás. Parece que caminham sobre nuvens.
Porque o sábio não desaproveita uma oportunidade sem retirar um ensinamento que sirva de alimento espiritual ao jovem imperador, logo acrescenta mais esta fala:
– Um vosso antepassado, o erudito e judicioso imperador La-Long, escreveu na base de uma estatueta de jade, que representava um monge de pálpebras descidas, um luminoso pensamento: O inatingível está à tua mercê. Queres que os teus desejos aconteçam? Fecha os olhos.
Proferidas estas palavras graves, o sábio Tien-o-Tzê, apoiado a um tronco nodoso de cerejeira que lhe serve de bordão, suspende os passos. Fecha os olhos.
Encara-o, surpreendido o imperador.
– Estás a desejar alguma coisa? – pergunta.
O sábio abre os olhos:
– Os meus desejos são os vossos, Majestade. Procurava apenas adivinhá-los.
– E descobriste-os?
Tien-O-Tzê, em resposta, ergue o bordão e aponta-o à Lua, redonda e enorme, que subia ao céu, logo por trás dos últimos sicómoros do jardim.
– Tens razão, genial amigo – exclama, entusiasmado, o imperador. – Quero ir à Lua.
– Pois irá – proclama o sábio. – Segure, Vossa Majestade, o arrocho de cerejeira a que me arrimo para as pequenas e grandes caminhadas da vida... Cerre os olhos.
O imperador, habituado a confiar no mestre, corresponde ao mandado.
– Este bordão, que ambos seguramos, há-de levar-nos à Lua –brada, num acesso de inesperada força, o sábio ou mago Tien-O-Tzê. – Não abra os olhos, Majestade, que eu vou lançar o bordão ao céu.
O imperador Meng Uóng, de pálpebras apertadas, sente, num arrepio, que os pés, calçados com finas babuchas escarlates debruadas a pérolas, se soltam do solo e divagam no vazio como se os tivesse suspensos de um baloiço.
– Não abra os olhos, Majestade – torna a recomendar-lhe Tien-O-Tzê.
A voz dele ressoa em eco, repercutida por toda a abóbada celeste:
– Não abra… não abra… não abra os olhos, Majestade…
Vão longe? Vão perto? Por onde voga o bordão a que sábio e imperador se fincam como náufragos que rodopiassem no turbilhão de uma tempestade silenciosa? O imperador pergunta e não quer achar resposta.
Um vento ciclónico e cada vez mais frio encortiça-lhe o rosto crispado. É insuportável. Manter os olhos fechados, agora, não custa. Mais custaria abri-los.
O vento pacifica-se em aragem. O frio em amenidade.

Aos ouvidos do jovem imperador soam, primeiro indistintamente depois mais nítidos, os acordes de guitarras e vozes femininas, numa fresca melopeia de boas-vindas. De súbito, os pés encontram chão.
– Pode abrir os olhos, Majestade – comanda o sábio numa entoação de riso.
Ah! eis a Lua! A seu lado, Tien-O-Tzê recupera só para ele a vara de cerejeira e enterra-a no musgo esbranquiçado do solo lunar, fofo e macio, que dá a cada passo uma cadência de dança.
Talvez por isso as jovens que acorrem a receber os visitantes, vestidas com túnicas de cores celestes, têm um andar precioso de dançarinas rituais. Agitam leques, cantam e riem como sinos de porcelana.
– Para onde nos levam? – pergunta, aturdido, o imperador, que pela primeira vez sente o peso da sua túnica de brocado azul onde fulgem dois dragões de oiro.
Elas rodeiam-nos e empurram-nos brandamente enquanto tangem alaúdes.
Levados pelo redemoinho da festa, o imperador e o sábio distanciam-se do lugar onde tinham poisado. Sobem agora uma escadaria de marfim onde, no alto, luminosa, os espera...
– Seong-Ngó, a castelã da Lua – exclama Tien-O-Tzê, reconhecendo-a ao primeiro relance.

O sábio não errara. Seong-Ngó reina sobre as selenitas. Ela, que se refugiara na Lua enquanto o seu esposo, Hau-Ngai, se exilara no palácio do Sol, ora toma a configuração de uma rã de três pernas, ora se ostenta em toda a sua beleza de imortal.
Felizmente que, para receber as visitas, não apareceu sob a forma de batráquio, o que seria deselegante. Sentada num trono de coral, rodeada de fadas dançarinas, Seong-Ngó não profere uma única palavra, mas eles percebem pelo brilho dos seus olhos maliciosos tudo o que ela tem para lhes contar.
Com um gesto insinuante, rodopiando o leque, Seong-Ngó aponta para o cimo de uma colina próxima onde o coelho de jade, diante do almofariz, prepara incansavelmente o remédio contra todos os males. É o elixir da imortalidade. A guardiã da Lua parece dizer: “Querem provar? Apressem-se...”
Sábio e imperador descem, em corrida, a escadaria e precipitam-se para a colina. Esquecidos das regras de reverência, nem agradeceram a generosidade do convite.
Antes de alcançarem o coelho, na sua oficina de alquimista, têm de passar por um desfiladeiro obscuro. Cessaram os cânticos de saudação. Sábio e imperador vão sós e estremecem quando lhes chega às narinas um odor áspero de animal feroz, no seu refúgio.
Logo em seguida um rugido e, após este, outro e outro ainda, todos assustadores. Um tigre cinzento e branco assoma ao outro extremo do desfiladeiro. Revira os olhos rancorosos e vai saltar sobre os dois viajantes.
– Fujamos – grita, apavorado, o imperador Meng Uóng. – O teu bordão, onde o deixaste?
– Longe – responde-lhe o sábio, que já corre à frente do príncipe.
Tien-O-tzê, pela primeira e única vez na vida olvidou, naquele transe, as precedências da etiqueta e o comedimento a que a sua provecta idade obrigaria.
Os pés afundam-se no musgo como na neve, o que lhes prejudica o despacho da corrida. Sentem sobre as costas o hálito em fogo do tigre implacável...
– Feche os olhos, Majestade. O sonho mau vai passar.
À voz entrecortada do sábio responde o imperador, aflito:
– E aonde me agarro desta vez?
O sábio, sem parar de correr, grita num assomo de impaciência:
– Agarre-se à minha mão – enquanto lha estende. – Acabo de descobrir a raiz de um raio de luar que nos levará até à Terra.
– Aguentará o nosso peso? – teme o imperador.
O sábio repete, soluçando de cansaço, a máxima de La-Long:
– Queres… que os teus desejos… aconteçam? Fecha… os olhos. Acredite… acredite, Majestade!
Mas o imperador duvida:
– E o tigre? O tigre não virá atrás de nós?
– O tigre não conhece a máxima e não fecha os olhos – exaspera-se Tien-O-Tzê. – O tigre tem medo de cair. Nós não!
De olhos fechados, escorregam pelo raio de luar que se arqueia e alarga até parecer uma estrada de descida suave.
Assim, sem sobressalto, chegam ao jardim imperial. A Lua escondeu-se. Os archotes da varanda ardem, inúteis, à luz da madrugada.

Desde essa noite inesquecível que o imperador Meng Uóng tange o alaúde evocando as melodias que ouviu das selenitas. E entusiasmado pelos bailados e cânticos das fadas lunares criou uma escola, num pavilhão, no meio de um pomar de pereiras. Aí, os jovens do palácio foram industriados na arte de dançar e cantar como os habitantes da Lua.
Assim é justificada a origem do teatro chinês e o nome de lei-un-tchi-tâl, “discípulos do pomar das pêras”, como são designados os seus actores.
Quanto ao bordão de cerejeira que o sábio Tien-O-Tzê plantara na superfície musgosa da Lua, conta a lenda que ganhou ramos, folhas, flores...
Quem quiser ver a cerejeira, que olhe para a lua na noite que precede o décimo quinto dia do oitavo mês lunar, segundo o calendário chinês.
Se não conseguir ver, feche os olhos. No espelho da imaginação tudo acontece como queremos…




António Torrado
A cerejeira da Lua
Instituto Cultural de Macau, Editorial Pública, Lda, 1990

quinta-feira, outubro 29, 2009

quarta-feira, outubro 28, 2009

Estamos felizes!

No Jornal de Notícias de hoje saiu uma notícia relativamente às nossas actividades de Outono.

Que bom, que bom!

E há mais: câmaras de filmar irão aparecer nas nossas instalações mais cedo do que esperamos...


terça-feira, outubro 27, 2009

Em poucas horas acontecem tantas coisas

Tenho muita pena quando encontro amigos meus mortos...



Decidi por isso, e para desanuviar, passear pela mata sobranceira ao CEA e à ETA de Lever. Às vezes vale a pena parar e pensar, esquematizar e planear.



Entretanto, as minhas amigas do CEA, decidiram animar-me:

segunda-feira, outubro 26, 2009

Do fim de semana

Este fim de semana os fomandos do curso de identificação de cogumelos, puderam visitar o Mezio para ver se encontravam bons cogumelos para identificar!





Já no dia seguinte, Domingo, foi pura diversão aqui no CEA!

Mais famosos que aderem à causa ambiental

Mayim Bialik, Pierce Brosnan e Natalie Portman.

Leiam tudo aqui.

sexta-feira, outubro 23, 2009

Os pequenos acrobatas do rio

Na aldeia de Sakata, os meninos brincam à volta da árvore. Mas isso não os impede de estarem atentos a qualquer pequeno ruído que venha do Congo, o grande rio que corre perto dali. Estão à espera de que o barco passe.
— Ei! Olha o barco! Já lá vem o barco-correio!
Para Kembo é um dia importante. Quando o barco que transporta tantas mercadorias maravilhosas abrandar a velocidade, ele vai aproximar-se e pôr as mãos no casco. Até há-de subir a bordo. A manobra é arriscada, mas Kembo está decidido.
— Mido, Eloni, vamos! Temos de ser os primeiros a acostar!
Enquanto Mido e Eloni pegam nos remos do pangaio, Kembo grita:
— Cuidado! A piroga vai meter água! Olhem que tem um buraco à frente!
Kembo tapa o buraco com um pouco de barro.
— Agora podemos ir. A minha mãe quer que lhe traga sabão e uma t-shirt.
As folhas dos nenúfares agitam-se à passagem deles. Escondido debaixo da umbela de um cogumelo, um sapo está quase a apanhar um insecto. Que sossego! Mas, de repente, o sapo esconde-se, e os pássaros levantam voo com grande alarido. O que terá causado toda aquela agitação, pregando um susto de morte às crianças? A serpente negra que assombra o rio. Ela acaba de escapulir-se por entre as ervas altas. Kembo começa então a entoar a canção de Sakata, a Nossa Aldeia, uma canção que dá coragem.

No rio agitado, eh! eh!
É preciso remar com força, eh!
No rio agitado
É preciso remar com força.

Ao longe, outras crianças pescadoras retomam o refrão. Kembo e os amigos voltam a subir a corrente com mais vigor. Em breve, a piroga sai das águas calmas da floresta e entra nas do rio. No sítio em que os dois braços de água se encontram, as ondas fervilham, formam um turbilhão. Mido e Eloni gritam:
— Kembo, temos medo! Vamos voltar para trás!
— Nem pensar — diz Kembo. — Não vamos desistir!
Um vento forte arrasta a piroga. O pânico apodera-se dos amigos de Kembo. Mas Kembo sabe desviar-se dos perigos, ultrapassar as armadilhas da água, e diz:
— Quietos! Nada de fazer força. Temos de nos deixar levar pela corrente.
A piroga é sacudida por todos os lados. E depois, de repente, ei-la que sai do turbilhão.
Kembo e os amigos esperam com impaciência a aproximação do barco, que abranda mas não pára.
Os passageiros olham para as crianças, admirados. Alguns gritam:
— Afastai-vos! Os redemoinhos são perigosos!
À primeira onda, a piroga sobe até à crista. Os passageiros do barco ficam embasbacados perante a destreza de Kembo e dos amigos, que, certos do sucesso da sua proeza, cantam com toda a força.
Da margem, os pais seguem o espectáculo.
— Oh! Que habilidade! Que acrobatas corajosos! Será que vão conseguir encostar o barco? Eu nem quero ver!
Alguns pais gritam, manifestando o seu medo.
— Os nossos filhos trazem os amuletos, consigo ver daqui as fitas vermelhas!
Os rapazes não conseguiram a acostagem. O choque contra o flanco do barco foi duro e a emoção forte quando as crianças ouviram rebentar o pedaço de barro que tapava o buraco da piroga. Mas Kembo e os amigos mantiveram o sangue-frio.
— Depressa, a outra piroga! — grita Kembo.
A outra piroga pertence, seguramente, a um pescador que já entrou no barco-correio.
Kembo salta para dentro, pega numa amarra e atira-a para as mãos que se agitam acima dele. De repente, a corda estica.
— Consegui! — grita Kembo, que já está a bordo.
Mas Eloni e Mido têm menos sorte, a piroga volta-se e ei-los na água. Falharam.
A bordo do barco-correio era um autêntico mercado. Vendia-se lá de tudo. Vê-se uma coisa amarela e preta a brilhar na penumbra. Será um brinquedo? Kembo aproxima--se. O produto à venda é uma jibóia.
— Nioka! Nioka! (Serpente! Serpente!) — grita Kembo, cheio de medo. E foge a correr.
Cheira muito bem debaixo do tejadilho de madeira. Os passageiros saboreiam mandioca que as mulheres acabam de fritar em óleo de palma. Fazem-se trocas e conversa-se.
Os habitantes ribeirinhos acabam de acostar, trazem peixe e banana para fritar. Mas Kembo não pode atrasar-se, tem compras a fazer.
Kembo escapa-se por entre as mercadorias. Chega diante da exposição de conservas, de vestidos e de tangas, onde, finalmente encontra o que procurava. Enquanto espera que o sabão e a t-shirt sejam embrulhados, Kembo vê, ao fundo do barco, um carro carregado de caixotes.
São medicamentos para um hospital da Cruz-Vermelha, explica o comerciante.
— Pega! Aqui estão as compras para a tua mãe!
A sirene apitou. Rápido, rápido! Temos de sair depressa, que o barco vai ganhar velocidade! Kembo esconde o embrulhinho com segurança dentro do calção e, splash!, mergulha. Nada como um peixe até chegar junto de Eloni e Mido, que estão na água.
O barco afasta-se. Baloiçados pelo turbilhão dos remoinhos, os rapazes disputam entre si a piroga virada, tentando alcançá-la com agilidade. Mido e Eloni estão desiludidos. Mas não passa de uma oportunidade perdida. Da próxima vez que o barco-mercado passar, subirão a bordo com Kembo. Dessa vez, é certo que vão conseguir.



Dominique Mwankumi
Les petits acrobates du fleuve
Paris, l’école des loisirs, 2000

quinta-feira, outubro 22, 2009

Meditação para crianças

Nos tempos que correm (literalmente) é preciso acalmar.
Saborear as coisas.
Sei que é complicado, mas há técnicas que ajudam todos (até os mais pequenos) a viver mais lentamente e com melhor qualidade. Assim e para ajudar as minhas pequenas toupeirinhas, fui pesquisar um pouco na internet sobre meditação para crianças. Ora leiam:

Estas são algumas técnicas que podem ser usadas para crianças.
Nós vivemos numa sociedade com um ritmo acelerado onde o nosso tempo tem valor consoante o quanto fazemos ou produzimos com ele. Raramente tiramos uns momentos para desanuviar a sério ou relaxar devidamente e é desta forma que servimos de modelos às nossas crianças. Por isso, não é de surpreender que a maioria delas estejam envolvidos numa variedade de actividades extra-curriculares e desportos (como natação, ballet, escuteiros, ginástica, etc.) e é tamto que depois dos deveres de casa estarem feitos ou depois do jantar poucos têm tempo para respirar fundo antes de ser tempo de irem para a cama. Isto não quer dizer que as crianças não beneficiem destas actividades, pois beneficiam e muito. O facto é que, em muitos casos, sobrecarregámos tanto as nossas crianças com tantos esforços novos e diferentes que elas não tiveram oportunidade de aprender a repousar. Contrariamente aos valores energéticos da nossa sociedade, o relaxamento e a meditação podem de facto criar bem estar e motivação. Mais do que isso, permitem que uma pessoa se vire para dentro de si, que se conheça e, em consequência, fique em paz consigo mesma.
Por detrás da azáfama do dia a dia, não é o que queremos para as nossas crianças? Paz de espírito e auto-confiança?
Ensinar a nossa criança a meditar significa basicamente ajudá-la a ligar-se com o seu eu interior, incluíndo a sua imaginação e a verdadeira essência do seu ser. Embora para muitos, meditação seja significado de estar muito quieto, de pernas cruzadas e olhos fechados, não tem de significar o mesmo para as nossas crianças. De facto, pode significar simplesmente dar-lhes tempo para serem criativas, para praticarem a atenção e estarem livres de preocupações. É fácil de ensinar e pode também beneficiar muitos pais que se envolvam nesta prática com elas. Ter tempo para relaxar pode, no mínimo, reduzir a ansiedade e aumentar a capacidade de resolução de problemas. Por vezes, o simples facto de focar a atenção numa tarefa diferente permite que surjam ideias novas e frescas. A meditação pode ainda ajudar uma criança zangada ou frustrada a acalmar-se e a repensar uma situação.
O primeiro passo para ensinar as crianças a relaxar e meditar, consiste em fazer com que elas se sentem ou deitem numa posição e local confortáveis. De seguida, peça que respirem fundo uma ou duas vezes e deixem que os seus olhos se fechem, se assim quiserem (Se estiver fora de casa e a sua criança estiver muito irrequieta, fazer com que ela se concentre na sua respiração pode ser o suficiente para a acalmar um pouco.) Depois, existe uma variedade de técnicas diferentes que podem ser úteis na indução de um relaxamento. Crianças mais velhas podem simplesmente querer tempo para descansar um pouco ou pensar em privado. Para outras crianças, continuar com mais algumas respirações profundas pode ser o suficiente. Aqui estão algumas outras sugestões para incorporar alguns momentos calmos, meditativos na vida da sua criança.
1. Use imagens mentais
Faça com que a sua criança imagine que é molinha como uma boneca de trapos, com cada parte do seu corpo (braços, pernas, cabeça...) a sentir-se cada vez mais como gelatina. Ou então peça-lhe que imagine as ondas numa piscina ou no mar. Peça-lhe que permita que o seu corpo sinta a água suave nos seus braços e pernas e, por fim, passar através destes. Talvez possam gostar duma visita amigável de um golfinho, uma estrelinha do mar ou alguns peixes tropicais coloridos. Peça-lhe que imagine uma conversa em que as criaturas usam palavras relaxantes e talvez até lhe tragam uma mensagem especial. Deixe que a criança escolha a cor da água, da areia e dos peixes. A imaginação, não a realidade, é a chave nesta situação.
Existem muitos lugares diferentes para onde os seus pensamentos a podem levar (talvez ao parque ou ao seu passeio favorito). Por vezes, pode querer falar antes e ver onde a sua criança quer ir mentalmente, outras vezes pode deixar à vontade dela. Se a ideia da sua criança é imaginar uma caça ao tesouro ou uma festa de aniversário, também pode ser. Os pensamentos podem ser aventureiros e empolgantes, não têm de ser sempre algo calmo. A intenção é apenas fazer com que ela crie um espaço seguro de ambiente alegre onde possa se refugiar.
2. Use afirmações positivas
Você e a sua criança podem fazer uma lista de pensamentos e frases positivas que ela possa repetir para si própria quando em meditação. Outra opção é gravar numa cassete um de vocês a dizer estas frases para ela poder ouvir durante um período de relaxamento. Deixar que a sua criança apenas ouça estas frases positivas pode ser muito reconfortante e motivador.


Usando meditação com crianças pequenas
9 de Março de 1999Madeline Ko-i Nastis em visita a uma aula do Jardim Infantil de Long island
Durante os meus anos de monitora, ensinei meditação aos mais diversos tipos de pessoas e pensava que já tinha coberto toda uma gama de diferentes estilos. No entanto, quando uma pessoa amiga me pediu que visitasse a aula do jardim infantil do seu filho para introduzir a meditação às crianças, a minha abordagem ao ensino da meditação e à inspiração de outras pessoas para que a tornem parte das suas vidas diárias teve de ser repensada.
Qualquer pessoa que já lidou com crianças pequenas sabe que a sua energia não tem limites e lhes é difícil ficarem quietos. Isso e a sua falta de atenção característica, desafiaram-me a descobrir novas maneiras de introduzir a meditação.
Quando perguntei o que achavam que era a meditação, alguns sabiam que era suposto deixá-los mais calmos e relaxados. Concordei com isso, mas disse que a meditação não significava ficar com sono; significava ficar completamente acordado e alerta. Perguntei quantos tinham visto um veado nos bosques (temos veados em abundância em Long Island). De novo, muitas mãos no ar e conversas sobre avistamentos de veados.
"Já repararam como um veado fica completamente imóvel, como uma estátua, mas assim que ouve um ruído as suas orelhas viram-se e está completamente alerta? O veado está a dormir?""Não, não," as crianças responderam."É isso que estaremos a fazer - estaremos muito quietos mas bem acordados prestando atenção."
Começámos a esvaziar a mente com a respiração. Foi pedido a cada criança que respirasse fundo algumas vezes e prestasse atenção a onde sentia a respiração mais fortemente no corpo - o ar tocando as suas narinas, o seu peito subindo e descendo, o seu abdómen subindo e descendo. Isto originou respirações muito exageradas e uma data de mãos no ar para me dizerem onde sentiam mais a respiração. Para muitos, foi o ar a entrar a sair das narinas.
"Quantos de vocês têm gatinhos?"Muitos levantaram as mãos."Já repararam como o vosso gato fica sentado muito quietinho durante muito tempo a observar a toca do rato e quando o rato sai, ele salta?" Acenos e uma história sobre um gato novo."Vamos observar a nossa respiração, o ar a entrar e a sair, assim como o gato vigia a toca do rato."
Adaptei algumas das meditações guiadas de Thich Nhat Hanh do "The Blooming of a Lotus" para relaxar pacientes numa sala de emergências e adultos com problemas emocionais. Esta foi a meditação que decidi usar.
As crianças já se encontravam sentadas no chão, bem ao estilo indiano. Pedi que fechassem os olhos se quisessem e que começassem. O período só durava quatro ou cinco minutos. Eu tocava os tingshas (sinos tibetanos) três vezes. E então guiava:
Inspirando eu sei que o ar vai entrando.Expirando eu sei que o ar vai saindo.Entrando.Saindo.
Quando estiver calada, quero que observem a vossa respiração, o ar a entrar e a sair, com muita atenção, tal como o gato vigia a toca do rato (silêncio durante 5 respirações).
Inspirando a minha respiração fica mais profunda.Expirando a minha respiração fica mais lenta.Profunda.Lenta. (silêncio por 5 respirações)
Inspirando sinto-me calma.Expirando sinto-me relaxada.Calma.Relaxada. (silêncio por 5 respirações)
Inspirando estou consciente do momento presente.Expirando eu sei que é um momento perfeito.Momento presente.Momento perfeito. (silêncio por 2 respirações)
Quando toco os sinos, quero que fiquem sentados e ouçam o som até que não o consigam ouvir mais.
(tocar os sinos duas vezes)
Quando estiverem prontos, podem abrir os olhos.
"Como se sentiram?""Senti-me em paz." "Relaxado.""Alguém adormeceu?", perguntei. Alguns miúdos acenaram."Quando se sentirem sonolentos, basta abrirem os olhos."
"Vamos tentar uma meditação a andar. Levantem-se todos e espreguicem-se e fiquem numa linha. Imaginem que estiveram numa nave espacial e viajaram de muito, muito longe. Estiveram longe da Terra por muito, muito tempo. Então, a vossa nave espacial aterra e vocês põem os vossos pés na terra pela primeira vez. Imaginem que cada passo que dão é tão especial como esse primeiro passo. Movam-se muito cuidadosa e lentamente, tomando atenção a cada passo."
As crianças seguiram-me numa linha e fomos andando à volta das pequenas mesas da aula como uma centopeia.
Os sinos foram um sucesso com os miúdos e todos tiveram oportunidade de os tocar.Fizemos uma segunda sessão e por esta altura as crianças pareciam ter apanhado o jeito.
Havia um sentimento diferente na sala e lembrei-os que sempre que se sentissem assustados, nervosos ou zangados, respirassem fundo algumas vezes.
A mãe que me convidou a visitar a sala de aula pensou que uma breve meditação diária pudesse ser útil - uma espécie de intervalo ligeiro, e decidiu comprar uns sinos para a classe. No dia seguinte viu o seu filho Kevin sentado no seu quarto imitando a minha posição de meditação.


Aqui fica um vídeo.

quarta-feira, outubro 21, 2009

Olhem o que mora numa das nossas caixas de rega!

Pintura em tecido

Quantas vezes as pessoas abrem os guarda-vestidos e não gostam da roupa que vêm?
Quantas vezes alguns tecidos se rasgam?
Como podem dar um pouco de graça a uma peça de roupa já gasta?
Pintando essas peças de roupa!
Assim, farão peças originais, gastarão menos dinheiro, não gastam recursos naturais e não poluem!

Hoje a Liliana e a Palmira decidiram dar asas à imaginação e aproveitar alguns tecidos "velhos". Pode ser que daqui saia uma oficina...

terça-feira, outubro 20, 2009

Edifício Ecológico da Nokia

Projetado conforme as normas LEED, o edifício ecológico da Nokia localizado em Beijing, na China, incorpora mais de 30 técnicas de design que permitem uma redução de 37% no consumo de água e cerca de 20% no consumo de energia quando comparado com os edifícios comuns.



Desde que a obra ficou pronta, a empresa tem agrupado seus escritórios na China. Departamentos de produção, distribuição, logística, marketing, serviços, além da base de fabricação dos celulares e parceiros de suprimentos, estão concentrados num raio de 1 quilômetro. Ao mesmo tempo em que isto tem aperfeiçoado a eficiência das comunicações e operações, a iniciativa tem permitido que a empresa reduza as suas emissões de CO2 causadas pelo transporte, diminua o uso de materiais de embalagens, economize em viagens de negócios e economize em custos de embarque para longa distância.

Esta rede industrial de celulares não é apenas a maior do mundo, mas também uma das que mais estão compatíveis com o conceito de Sustentabilidade no setor de telefonia móvel. Confira abaixo algumas das ações ecológicas realizadas:

20% em economia total de energia: o design ecológico reflete a responsabilidade corporativa
→ Estacionamento ambientalmente correto

Área de estacionamento subterrâneo: mais de 50% dos espaços de estacionamento estão no subsolo. A Nokia colocou pavimentação Creta nos espaços do estacionamento aberto para reduzir a irradiação térmica.

Estacionamento ambientalmente correto: área de estacionamento reservada para veículos em concordância com o meio ambiente (veículos de baixo nível de emissão, veículos com consumo eficiente de energia, veículos de viagens em grupo).


→ Edifício ecológico

A Nokia utilizou materiais extraídos, recuperados, coletados e fabricados nos 800 quilômetros do local, numa proporção de 27,2% do valor total dos materiais (com base no custo), para a construção do edifício. 12,1% dos materiais corresponde a materiais reciclados.

A Nokia desenvolveu e implementou um plano de controle de detritos da construção, e conseguiu desviar cerca de 78% destes atritos dos aterros sanitários.

→ Design ecológico

A Nokia utilizou materiais para a cobertura com um elevado Índice de Refletância Solar (Solar Reflectance Index – SRI). Um SRI maior representa menos calor solar absorvido pela superfície da cobertura, uma vez que ele reflete as ondas solares. Utiliza ainda a luz do dia porque a cobertura está inclinada para o sul.

Parede de telas de vidro: A fachada do edifício foi feita de vidro duplo para ajustar automaticamente a temperatura, utilizando o ar intermediário. Juntamente com o sistema de ar acondicionado, a temperatura interna não fica afetada pela temperatura externa, o que produz economias totais de 14% no edifício.

Mobília ecológica:O edifício utiliza materiais de construção rapidamente renováveis (feitos de estruturas tipicamente coletadas num ciclo de dez anos ou menos) para conseguir 3,5% do valor total de todos os materiais e produtos de construção (com base no custo) usados no local.


→ Economia de energia

Luz solar natural: O pátio do edifício está rodeado de escritórios e salas de conferência. 77,4% da superfície pode aproveitar a luz solar natural. O sistema de ar acondicionado, a iluminação e os projetores são controlados pelo Sistema de Administração do Edifício o qual se desliga automaticamente 15 minutos após ter entrado em modo de espera.

Controle de energia: O sistema de ar acondicionado, a iluminação e os projetores são controlados pelo Sistema de Administração do Edifício, o qual se desliga automaticamente 15 minutos após ter entrado em modo de espera.

Impressoras que economizam energia: O edifício tem impressoras multifuncionais para imprimir, copiar, enviar mensagens por fax e digitalizar. Todas elas estão configuradas para imprimir em ambas as faces do papel e são compartilhadas por um grupo de funcionários que trabalham em proximidade.


→ Economia de água

Plantas que necessitam menos irrigação: Para plantar, a empresa selecionou espécies nativas que não necessitem de muita irrigação. O local conseguiu uma redução geral de 37% no consumo de água para estas espécies, e conta ainda com acessórios economizadores de água, bem como uma fonte centralizada de águas residuais para descargas de vasos sanitários, irrigação e limpeza.

Eficiência no consumo de água: O edifício utiliza águas residuais para todas as descargas de vasos sanitários. Possui também torneiras que funcionam ao serem tocadas visando economizar água.

→ Reciclagem

Disponibiliza uma área facilmente acessível para coletar e armazenar todos os materiais não tóxicos destinados a reciclagem.

→ Comércio Ecológico

Oferece alimentos saudáveis, favorecendo a proteção ao meio ambiente.

→ Caixa ecológica

Oferece acesso fácil aos funcionários na entrada do edifício para que eles retornem telefones e acessórios móveis obsoletos.

Luz solar, alimentos saudáveis, exercícios: uma solução de ambiente de trabalho integrado LOHAS
→ Transporte em concordância com o meio ambiente

Terminal local de transporte: Foram projetadas 49 linhas de serviço regular de ônibus. A viagem diária ao trabalho dos funcionários com muita comodidade pode reduzir as emissões de dióxido de carbono de veículos particulares.

Estacionamento seguro para bicicletas: Os funcionários que levam bicicletas ao trabalho são estimulados a considerar a economia de energia e a proteção do meio ambiente.


→ Cenários excelentes

97,7% da área possui uma vista do exterior. Um elevador panorâmico permite ver todo o edifício.

→ Controle da qualidade do ar

Controle da fumaça ambiental de tabaco: Não se permite fumar no edifício, visando assegurar um ambiente de trabalho cômodo e saudável.

Plantas para ambientes internos: Para a paisagem residencial e a qualidade do ar, o edifício possui todo tipo de plantas em seu interior.

→ Escritórios de fácil utilização

Mesas ajustáveis: Todas as mesas de trabalho podem ser ajustadas de acordo com a necessidade, visando oferecer comodidade de trabalho.

Sala para visitantes: A sala para visitantes recebe colegas da Nokia de todas as partes do mundo. Uma rede sem fio cobre todo o edifício para economizar espaço e energia.

Auditório: Porta giratória para o tráfego intenso.

Área de armazenamento: Uma área de armazenamento para que os funcionários e os visitantes coloquem seus pertences – o que representa uma idéia de muita sensibilidade da empresa.

Comodidade para cadeiras de rodas: Os elevadores do local foram projetados para que as pessoas deficientes possam adentrá-los com facilidade.

→ Outras comodidades e facilidades

Chefe de serviços do andar: Foram organizados chefes de serviços de andar, dedicados ao fornecimento de serviços personalizados em cada andar.

Copa: A empresa disponibiliza copos suficientes e estimula os funcionários a usá-los diariamente visando reduzir o uso de copos descartáveis.

Café natural: A empresa oferece alimentos frescos e saudáveis. Não são usados talheres descartáveis. A área de alimentação é grande e iluminada e permite desfrutar do paisagismo externo através do teto de vidro.

Academia: A academia abre suas portas diariamente e oferece gratuitamente um conjunto completo de instalações. São oferecidos treinadores profissionais para motivar e dar treinamento aos funcionários. São oferecidos também uma sauna, duchas e armários.

Caixa eletrônico: São aceitos cartões bancários populares do: CITIC, China Merchants Bank e ICBC com o China Unipay Services.

Centro comunitário: Massagens, salão de beleza, clínica e creche infantil.

Serviço postal: Disponibiliza serviços de coleta e serviço expresso de coleta e entregas pessoais.

Área de descanso: Instalações de entretenimento, por exemplo: dados, mesa de bilhar, futebol de mesa; na área de trabalho para oferecer relaxamento aos funcionários durante os períodos de descanso.

"Flor de água"

Havia outrora, na região vietnamita de Anam, um belo porto onde as embarcações vinham abrigar-se após as longas travessias do Mar da China.
Numa das ruelas do porto, situava-se a modesta loja de uma família de artesãos, na qual estes confeccionavam lampiões multicolores há já muitas gerações.
Nela viviam o jovem Oceano, a sua mulher, Reflexo da Lua, e a mãe desta, Dona Ameixa. Viviam os três em harmonia e apenas uma nuvem toldava o céu da sua felicidade.
Casados há bastante tempo, o jovem casal sonhava com um bebé de quem cuidar. E Dona Ameixa ansiava por conhecer as alegrias de ser avó. Porém, a criança tardava…
A afeição desta humilde gente recaía, então, num pássaro cor de fuligem, um animal quase mágico. Chamava-se Glu-Glu, porque imitava com perfeição o gorgolejar de Oceano quando este lavava os dentes.
Quando lhe apetecia, Glu-Glu falava. Ou seja, repetia palavras e ruídos que ouvia em seu redor. E diga-se de passagem que conhecia algumas palavras bastante desagradáveis: “Estúpida!”, “Palerma!”, “Gordo!” e “Cocó!”
Certa manhã, Reflexo de Lua pôs ao ombro uma canga carregada de lampiões que ia vender no mercado da aldeia vizinha. Glu-Glu, que gostava de passear, acompanhou-a, repetindo as suas palavras favoritas sempre que cruzava alguém na estrada. Todos se riam.
Durante a sua caminhada, Reflexo de Lua olhava as jovens mães com pena. À saída do porto, parou diante de um pequeno altar, dedicado a Quan Âm, a Deusa Celeste. Com pauzinhos de incenso entre as mãos unidas, murmurou esta oração: “Suplico-te, Deusa Celeste, concede-nos a alegria de acolher uma criança no nosso lar!” Enquanto murmurava estas palavras, o incenso ascendia ao céu em espirais perfumadas…
No mercado, havia muita gente. Os lampiões de Reflexo de Lua vendiam-se bem. Glu-Glu fazia o seu número e a bolsa da dona enchia-se depressa.
A dois passos de ali, dois malfeitores planeavam um golpe, sentados num banco da vendedeira de chá verde.
— Já viste a massa que ela juntou? E o que podemos ganhar com aquele pássaro esperto? — dizia um.
— Vamos preparar-lhe uma bela surpresa — sugeriu o outro.
Quando Reflexo de Lua empreendeu o caminho de regresso a casa, já a lua estendia o seu leque de lantejoulas sobre o mar.
— Vamos depressa! — disse a Glu-Glu, que repetiu “Vamos depressa, palerma!”
No meio do caminho deserto, duas sombras precipitaram-se sobre a mulher e atiraram-na ao chão. Um dos homens roubou-lhe a bolsa, enquanto o outro enfiava o pássaro num saco de juta. Uma voz metálica ergueu-se do fundo do saco bradando “Seu cocó!”
Os dois ladrões desapareceram na noite. Reflexo de Lua levantou-se e viu a gaiola vazia.
— Esperem! Levem ao menos a gaiola! O pássaro vai sentir-se mal dentro do saco!
Mas os bandidos fizeram ouvidos de mercador e mesmo a voz metálica de Glu-Glu deixou de ouvir-se.
A vida continuou o seu ritmo na loja. Oceano e Dona Ameixa ficaram felizes por ver que Reflexo de Lua não tinha sido ferida, mas a loja estava demasiado calma sem o incessante palrar de Glu-Glu…
Algumas semanas mais tarde, Oceano e Reflexo de Lua viajaram até à velha cidade imperial, Hué. Junto do Rio dos Perfumes, ficava o pagode da Deusa Celeste, que operava grandes milagres. Quem sabe se lhes concederia o desejo de um filho…
Enquanto isto, numa velha casa arruinada, no meio dos arrozais, os dois malfeitores estavam exasperados com o pássaro e gritavam insultos um ao outro, que Glu-Glu se encarregava de repetir, o que aumentava ainda mais a confusão.

Depois de uma viagem de vários dias, o jovem casal, envolto numa nuvem de incenso, pôde enfim suplicar:
— Deusa cheia de bondade, concede-nos a felicidade de acolher uma criança na nossa humilde casa.
E a Deusa pareceu sorrir para eles…
Deixaram o pagode, cheios da esperança que o sorriso da Deusa lhes transmitira. No caminho de regresso a casa, ouviram uma voz familiar que dizia:
— Cabeça de burro! Estúpido! Palerma! Gordo!
As exclamações vinham de dentro de uma loja de pássaros. Um velho barbudo gesticulava e ameaçava a ave:
— Ou te calas ou prego-te o bico!
O casal aproximou-se e Glu-Glu, cheio de alegria porque os reconhecera, saltou no poleiro.
Ao ver que o casal se interessava pelo pássaro, o velho exclamou:
— Como ele parece gostar de vós, levai-o convosco. É um favor que me fazeis…
O vendedor abriu a gaiola e deu o animal a Oceano. Tinha-o comprado a dois meliantes que tinham pressa em desembaraçar-se dele. Como os compreendia agora!
Os esposos agradeceram e libertaram Glu-Glu, que lhes fez uma festa.
Alguns meses após a peregrinação ao santuário, o ventre de Reflexo de Lua ficou redondinho como um lampião. O marido e a mãe cumularam-na de atenções. Até o pássaro se calava sempre que percebia que ela precisava de repousar.
Quando caiu a chuva das primeiras monções, nasceu uma menina na loja dos lampiões. A Dona Ameixa coube a honra de escolher um nome para a criança.
— Esta criança foi-nos dada pelo céu como se fosse uma flor das monções. Chamar-lhe-emos Flor de Água. Louvemos a Deusa Celeste pela sua infinita bondade!
— Flor de Água! Flor de Água! — repetiu Glu-Glu, encantado.
E desde esse dia que todos viveram felizes no meio dos lampiões e das lanternas.


Marcelino Truong
Fleur d’eau
Paris, Gautier-Languereau, 2003
(Tradução e adaptação)

segunda-feira, outubro 19, 2009

Fim de semana em festa!

Muitos bolos, parabéns, diversão, jogos e natureza.

Foi a festa de aniversário da Neide e da Adriana:

Curso de Identificação de Cogumelos - 2ª edição - 2009

Ora, este fim de semana decorreu no CEA mais uma edição do Curso de Identificação de Cogumelos.


sexta-feira, outubro 16, 2009

Aniversário "verde"

Hoje foi o aniversário da Raquel e muito se festejou aqui no CEA. Desde um passeio pela mata com descoberta de coisas fantásticas, até à sementeira de 31 bolotas! Que 31 carvalhinhos tenham vida e relembrem este dia tão festivo!





quinta-feira, outubro 15, 2009

Vidros passados

Tem que haver coisas más para podermos dar valor às boas...

vidroPartidinho

Ciclos da Dependência e de Melhor Vivênvia

São opostos, mas muito interessantes para explorar. Ora vejam aqui e aqui.

quarta-feira, outubro 14, 2009

Fornos solares

Vejam esta enciclopédia "solar" que encontrei na net. Esta aqui está em português.

Obama "Verde"

Mais um nobel da Paz:

Presidente dos Estados Unidos premiado
Nobel da Paz para Barack Obama

09.10.2009 - 10h01 PÚBLICO
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebeu hoje o Prémio Nobel da Paz "pelos esforços diplomáticos internacionais e cooperação entre povos". Obama "acolheu com humildade a selecção do comité", disse o assessor de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs.
"O comité deu muita importância à visão e aos esforços de Obama com vista a um mundo sem armas nucleares", declarou o presidente do comité, Thorbjoern Jagland. "Só muito raramente uma pessoa conseguiu como Obama capturar a atenção do mundo e dar às pessoas esperança para um futuro melhor", afirmou ainda o comité, avaliando que “a diplomacia [de Obama] é fundada no conceito de que aqueles que lideram o mundo têm de o fazer tendo por base valores e atitudes que são partilhados pela maioria da população mundial”.
Quando o jornalista da agência Reuters comentou com David Axelrod, um dos principais conselheiros de Obama, que muitas pessoas no mundo estavam estupefactas com o anúncio, este respondeu "Como nós".
Obama fez do desarmamento nuclear topo das prioridades da sua política externa – nomeadamente relançando negociações com a Rússia e fazendo mexer o tabuleiro internacional no sentido de pressionar as duas consensuais “potenciais ameaças” nucleares (Irão e Coreia do Norte) – além de vir a envidar esforços de monta para reactivar o processo de paz no Médio Oriente. No mês passado liderou a histórica reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas em que foi aprovada de forma unânime uma resolução instando os países dotados de armamento nuclear a reduzirem esse poder bélico.
Mas, apesar dos ambiciosos objectivos internacionais, o Presidente norte-americano ainda não conseguiu romper o impasse nas negociações entre israelitas e palestinianos, tão pouco obteve quaisquer resultados no que toca ao polémico programa nuclear iraniano. A par disto tem pela frente muito difíceis escolhas a fazer nos terrenos de guerra em que os Estados Unidos estão envolvidos, à cabeça sobre a forma como conduzir a guerra no Afeganistão.
Dotado de um poder oratório e magnetismo pessoal incomuns, Barack Obama, 48 anos, tem vindo a ganhar ao longo dos quase nove meses em funções como Presidente uma vaga de simpatia e apoio por todo o mundo – apesar de os críticos apontarem dúvidas se existe verdadeira substância nas suas inspiradoras declarações de boas intenções.
Advogado de formação (estudou em Harvard e trabalhou muitos anos na defesa dos direitos cívicos), Obama fez história ao tornar-se no primeiro chefe de Estado negro dos Estados Unidos ao derrotar, a 4 de Novembro de 2008, o candidato republicano John McCain; mas já vinha electrizando o país desde quatro anos antes, quando discursou na convenção dos democratas sobre a confiança em si próprio e o sentimento de inspiração que o norteia. Tornou-se desde logo uma das mais visíveis figuras políticas em Washington, amplamente elogiado pelos media, e publicou dois livros que foram êxitos brutais de vendas, incluindo “The Audacity of Hope”.
Senador desde 2004, eleito pelo Illinois (onde antes cumprira dois mandatos, a partir de 1996, como senador estadual), é filho de um queniano, um pastor de cabras que ganhou uma bolsa de estudo numa universidade do Hawai, e de uma branca norte-americana do Kansas. Nasceu no Hawai mas viveu também em Jacarta, entre os seis e os dez anos de idade, após a mãe se casar com um indonésio e, depois disso, regressou à terra natal onde cresceu junto com os avós maternos. A narrativa pessoal da história de vida de Obama é muito feita desta experiência de crescimento em ambientes culturais diversos e dos exemplos familiares que reflectem os ideais norte-americanos.
Houve um recorde de 205 nomeações este ano. Entre os nomeados estava o primeiro-ministro do Zimbabwe, Morgan Tsvangirai, e um dissidente chinês. O prémio será entregue em Oslo a 10 de Dezembro, data da morte do seu fundador, o industrial e filantropo sueco Alfred Nobel.

terça-feira, outubro 13, 2009

Outras regiões e outros continentes no CEA



Que boas parcerias resultem deste encontro.

segunda-feira, outubro 12, 2009

Hoje...

... tivemos a visita de uma grande amiga que não via há imenso tempo. Muito, muito obrigado pela visita querida Celeste!

Artes Marciais no CEA no fim de semana

Há quem já escolha o CEA para praticar um pouco a arte marcial escolhida. Neste caso, To-Shin Do.

sexta-feira, outubro 09, 2009

quinta-feira, outubro 08, 2009

Canoagem em Crestuma

Foi o primeiro título absoluto a nível mundial conquistado no escalão sénior pela canoagem portuguesa. Ainda assim, o feito de Beatriz Gomes - medalha de ouro em K1 - não mereceu por parte da Comunicação Social a atenção que se justificava. "Sinto tristeza e vergonha pelo facto da imprensa escrita e da televisão pública não terem dado o devido relevo a uma prova onde uma atleta portuguesa conquistou uma medalha de ouro. Vi o Telejornal e nem sequer foi 2ª, 3ª, 4ª ou 5ª notícia. E sou obrigado a denunciar uma situação que me foi comunicada: dirigentes da estação pública, que é paga com os nossos impostos, pediram 25 mil euros para transmitirem imagens de uma prova que é um campeonato oficial, organizado pelo Estado. É uma vergonha!", denunciou Luís Filipe Menezes, Presidente da Câmara Municipal de Gaia, durante a cerimónia de encerramento dos Mundiais de Canoagem, realizados em Crestuma, Vila Nova de Gaia.
O evento, que decorreu de 16 a 20 de Setembro, recebeu elogios de todos os quadrantes nacionais e internacionais."A organização de Gaia não desapontou. Foi um grande êxito, com muita hospitalidade e camaradagem. Traduziu tudo aquilo que pretendíamos", salientou José Lopéz, Presidente da Federação Internacional de Canoagem. No próximo ano, os mundiais serão realizados em Espanha.

A selecção portuguesa conquistou cinco medalhas, sendo de destacar a de ouro de Beatriz Gomes, em K1. A atleta foi também medalha de bronze, com Joana Sousa, em K2. No sector masculino, José Ramalho conquistou o bronze, em K1. Nos sub-23, Fernando Pimenta foi medalha de prata, igualmente em K1. O "medalheiro" português completou-se com o 3º lugar colectivo, atrás da Espanha (vencedora) e Hungria.
"Estou muita satisfeita com estes resultados. Em K2, a medalha era um pouco incerta mas quer eu quer a Joana trabalhámos bem e o facto de ouvirmos o nosso nome durante toda a prova ajudou muito. Agora, as minhas atenções centram-se na equipa de pista e nos Jogos Olímpicos de Londres", afirmou Beatriz Gomes, Campeã do Mundo.
A canoagem portuguesa, só este ano, conquistou 14 medalhas em Campeonatos da Europa e do Mundo. Recentemente, recorde-se, Joana Vasconcelos sagrou-se Campeã do Mundo Júnior, em K1 (500), e Vice-Campeã do Mundo, em K1 (1000), na competição que se disputou em Moscovo, na Rússia.


Retirado do site da Câmara Municipal de Gaia

quarta-feira, outubro 07, 2009

Depois da festa vem o cansaço

Arrumar o milho e limpar o CEA...

Deu apenas tempo para ler este texto:

Será a gelatina adequada para crianças?
De facto, a gelatina deveria ser adequada para as crianças, o que, de facto, acaba por não ser tão verdadeiro, tendo em conta o seu elevado teor em açucar e também em aditivos...embora fique em vantagem em relação a outras sobremesas, mais doces. Assim, considerei pertinente a necessidade, também, de adicionar na dieta alimentar, num dia de semana, à sobremesa, de um doce atractivo aos olhos das crianças e porque não, a gelatina, tão rica em proteína e com vantagens face aos doces comuns...?
Ainda assim, tenho conhecimento que existem gelatinas elaboradas a partir de proteína vegetal mas que existe uma, ou outra marca, que utiliza, na sua formulação, a proteínal de origem animal, nomeadamente suína, do meu ponto de vista não tão interessante do ponto de vista nutricional. Deste modo, considero mais interessante o consumo de gelatina proveniente de fonte vegetal, elaborada a partir de agar-agar extraído de algas.
Em alternativa, poderá adquirir gelatina agar-agar, de excelente qualidade, pelo menor teor em
açucar e nulo em aditivos e confeccionar a partir de casa. Contudo, é importante que saiba que o pH ácido da fruta, quer crua quer cozida, compromete a solidificação da gelatina, razão pela qual poderá encontrará aqui algumas limitações caseiras.
Nesse sentido, sugiro pois que utilize apenas na sua "fabricação" fruta crua, não cortada, como as uvas, por exemplo ou, se cortada, fruta que não seja muito ácida como banana, pêssego ou até frutas em calda, escorridas.
Deixo pois aqui algumas receitas que a Mamã Patrícia teve a gentileza de me enviar para partilhar hoje convosco:
- GELATINA DE MAÇÃ
3 Maçãs; 0,5 lt de água; 3 colher (sopa) de agar-agar em pó; 1 colher (sopa) de açucar; 1 pitada de sal; algumas gotas de sumo de limão.
Cozer as maçãs com a água, o sal e o agar-agar.
Juntar o limão e o açucar e passar com a varinha. Passar o recipiente a utilizar por água fria e verter aí gelatina. Deixar arrefecer e levar ao frigorifico.
Pode ser servida fria com biscoitos partidos.
Ou pode ser desenformada, aquecendo ligeiramente no microondas e quando estiver morna ao toque, desenforme rapidamente e coloque mais alguns minutos no frio.
- GELATINA DE FRUTAS
0,6 lt de água; 3 g de agar-agar; 60 g de açucar; 600 g de fruta da época.
Ferver a água com o açucar e o agar-agar.
Cortar a fruta em pedaços, ou deixar inteira se for pequena (ex. uvas) e colocar num recipiente.
Verter a água por cima da fruta, deixar esfriar e levar ao frigorifico. Pode também triturar os frutos e depois juntar com a água. Nesse caso, pode ser necessário ter de aumentar a quantidade de agar-agar para 5g ou 6 g (Nota: As soluções mais acidas e o excesso de açucar fazem com que o agar agar perca a força gelatificante).
Poderá também, para variar, acrescentar uma parte de água e uma parte de leite (leite de coco ou leite de soja ou leite de vaca), fica igualmente muito atractiva.
Assim, espero que possam, deste modo, dinamizar um pouco a vulgar apresentação da gelatina, adquirindo facilmente o agar-agar em lojas que vendam ingredientes para confeitaria.

Dra. Solange Burri
Consultora em Alimentação
Linha de apoio on-line

terça-feira, outubro 06, 2009

Festa das Colheitas

Hoje foi um dia em grande!

Muitas crianças e muitos idosos fizeram companhia à Liliana, à Palmira e à Raquel numa festa de tradições e que foi relembrada aqui no CEA.

Distribuiram-se beijinhos por causa do milho rei, pintaram-se faces, criou-se bijuteria natural e bonecos de milho e ainda houve tempo para mergulhos de Outono! Querem ver como foi hoje?

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Fim de semana com festa aquática

Este fim de semana foi dedicado à água, aos trabalhos manuais e ao dia do animal.

Sábado fizemos, com a ajuda da Lúcia, bonecos com o "folhelho" e as barbas do milho e no Domingo, além dos meus amigos habituais, mas que são sempre uma surpresa, tivemos também a presença de alguns participantes das Jornadas da Água que decorreram na Universidade Católica (Escola Superior de Biotecnologia do Porto).

Diapositivo1

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sexta-feira, outubro 02, 2009

Preparação para a festa das colheitas

Hoje foi o dia em que a Palmira e a Raquel estiveram a preparar tudo para que a próxima terça-feira seja um sucesso. O que vale é que no CEA tudo se torna divertido, até mesmo um dia cheio de trabalho!

Apresentação1

quinta-feira, outubro 01, 2009

 
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