Meditação para crianças
Nos tempos que correm (literalmente) é preciso acalmar.
Saborear as coisas.
Sei que é complicado, mas há técnicas que ajudam todos (até os mais pequenos) a viver mais lentamente e com melhor qualidade. Assim e para ajudar as minhas pequenas toupeirinhas, fui pesquisar um pouco na internet sobre meditação para crianças. Ora leiam:
Estas são algumas técnicas que podem ser usadas para crianças.
Nós vivemos numa sociedade com um ritmo acelerado onde o nosso tempo tem valor consoante o quanto fazemos ou produzimos com ele. Raramente tiramos uns momentos para desanuviar a sério ou relaxar devidamente e é desta forma que servimos de modelos às nossas crianças. Por isso, não é de surpreender que a maioria delas estejam envolvidos numa variedade de actividades extra-curriculares e desportos (como natação, ballet, escuteiros, ginástica, etc.) e é tamto que depois dos deveres de casa estarem feitos ou depois do jantar poucos têm tempo para respirar fundo antes de ser tempo de irem para a cama. Isto não quer dizer que as crianças não beneficiem destas actividades, pois beneficiam e muito. O facto é que, em muitos casos, sobrecarregámos tanto as nossas crianças com tantos esforços novos e diferentes que elas não tiveram oportunidade de aprender a repousar. Contrariamente aos valores energéticos da nossa sociedade, o relaxamento e a meditação podem de facto criar bem estar e motivação. Mais do que isso, permitem que uma pessoa se vire para dentro de si, que se conheça e, em consequência, fique em paz consigo mesma.
Por detrás da azáfama do dia a dia, não é o que queremos para as nossas crianças? Paz de espírito e auto-confiança?
Ensinar a nossa criança a meditar significa basicamente ajudá-la a ligar-se com o seu eu interior, incluíndo a sua imaginação e a verdadeira essência do seu ser. Embora para muitos, meditação seja significado de estar muito quieto, de pernas cruzadas e olhos fechados, não tem de significar o mesmo para as nossas crianças. De facto, pode significar simplesmente dar-lhes tempo para serem criativas, para praticarem a atenção e estarem livres de preocupações. É fácil de ensinar e pode também beneficiar muitos pais que se envolvam nesta prática com elas. Ter tempo para relaxar pode, no mínimo, reduzir a ansiedade e aumentar a capacidade de resolução de problemas. Por vezes, o simples facto de focar a atenção numa tarefa diferente permite que surjam ideias novas e frescas. A meditação pode ainda ajudar uma criança zangada ou frustrada a acalmar-se e a repensar uma situação.
O primeiro passo para ensinar as crianças a relaxar e meditar, consiste em fazer com que elas se sentem ou deitem numa posição e local confortáveis. De seguida, peça que respirem fundo uma ou duas vezes e deixem que os seus olhos se fechem, se assim quiserem (Se estiver fora de casa e a sua criança estiver muito irrequieta, fazer com que ela se concentre na sua respiração pode ser o suficiente para a acalmar um pouco.) Depois, existe uma variedade de técnicas diferentes que podem ser úteis na indução de um relaxamento. Crianças mais velhas podem simplesmente querer tempo para descansar um pouco ou pensar em privado. Para outras crianças, continuar com mais algumas respirações profundas pode ser o suficiente. Aqui estão algumas outras sugestões para incorporar alguns momentos calmos, meditativos na vida da sua criança.
1. Use imagens mentais
Faça com que a sua criança imagine que é molinha como uma boneca de trapos, com cada parte do seu corpo (braços, pernas, cabeça...) a sentir-se cada vez mais como gelatina. Ou então peça-lhe que imagine as ondas numa piscina ou no mar. Peça-lhe que permita que o seu corpo sinta a água suave nos seus braços e pernas e, por fim, passar através destes. Talvez possam gostar duma visita amigável de um golfinho, uma estrelinha do mar ou alguns peixes tropicais coloridos. Peça-lhe que imagine uma conversa em que as criaturas usam palavras relaxantes e talvez até lhe tragam uma mensagem especial. Deixe que a criança escolha a cor da água, da areia e dos peixes. A imaginação, não a realidade, é a chave nesta situação.
Existem muitos lugares diferentes para onde os seus pensamentos a podem levar (talvez ao parque ou ao seu passeio favorito). Por vezes, pode querer falar antes e ver onde a sua criança quer ir mentalmente, outras vezes pode deixar à vontade dela. Se a ideia da sua criança é imaginar uma caça ao tesouro ou uma festa de aniversário, também pode ser. Os pensamentos podem ser aventureiros e empolgantes, não têm de ser sempre algo calmo. A intenção é apenas fazer com que ela crie um espaço seguro de ambiente alegre onde possa se refugiar.
2. Use afirmações positivas
Você e a sua criança podem fazer uma lista de pensamentos e frases positivas que ela possa repetir para si própria quando em meditação. Outra opção é gravar numa cassete um de vocês a dizer estas frases para ela poder ouvir durante um período de relaxamento. Deixar que a sua criança apenas ouça estas frases positivas pode ser muito reconfortante e motivador.
Usando meditação com crianças pequenas
9 de Março de 1999Madeline Ko-i Nastis em visita a uma aula do Jardim Infantil de Long island
Durante os meus anos de monitora, ensinei meditação aos mais diversos tipos de pessoas e pensava que já tinha coberto toda uma gama de diferentes estilos. No entanto, quando uma pessoa amiga me pediu que visitasse a aula do jardim infantil do seu filho para introduzir a meditação às crianças, a minha abordagem ao ensino da meditação e à inspiração de outras pessoas para que a tornem parte das suas vidas diárias teve de ser repensada.
Qualquer pessoa que já lidou com crianças pequenas sabe que a sua energia não tem limites e lhes é difícil ficarem quietos. Isso e a sua falta de atenção característica, desafiaram-me a descobrir novas maneiras de introduzir a meditação.
Quando perguntei o que achavam que era a meditação, alguns sabiam que era suposto deixá-los mais calmos e relaxados. Concordei com isso, mas disse que a meditação não significava ficar com sono; significava ficar completamente acordado e alerta. Perguntei quantos tinham visto um veado nos bosques (temos veados em abundância em Long Island). De novo, muitas mãos no ar e conversas sobre avistamentos de veados.
"Já repararam como um veado fica completamente imóvel, como uma estátua, mas assim que ouve um ruído as suas orelhas viram-se e está completamente alerta? O veado está a dormir?""Não, não," as crianças responderam."É isso que estaremos a fazer - estaremos muito quietos mas bem acordados prestando atenção."
Começámos a esvaziar a mente com a respiração. Foi pedido a cada criança que respirasse fundo algumas vezes e prestasse atenção a onde sentia a respiração mais fortemente no corpo - o ar tocando as suas narinas, o seu peito subindo e descendo, o seu abdómen subindo e descendo. Isto originou respirações muito exageradas e uma data de mãos no ar para me dizerem onde sentiam mais a respiração. Para muitos, foi o ar a entrar a sair das narinas.
"Quantos de vocês têm gatinhos?"Muitos levantaram as mãos."Já repararam como o vosso gato fica sentado muito quietinho durante muito tempo a observar a toca do rato e quando o rato sai, ele salta?" Acenos e uma história sobre um gato novo."Vamos observar a nossa respiração, o ar a entrar e a sair, assim como o gato vigia a toca do rato."
Adaptei algumas das meditações guiadas de Thich Nhat Hanh do "The Blooming of a Lotus" para relaxar pacientes numa sala de emergências e adultos com problemas emocionais. Esta foi a meditação que decidi usar.
As crianças já se encontravam sentadas no chão, bem ao estilo indiano. Pedi que fechassem os olhos se quisessem e que começassem. O período só durava quatro ou cinco minutos. Eu tocava os tingshas (sinos tibetanos) três vezes. E então guiava:
Inspirando eu sei que o ar vai entrando.Expirando eu sei que o ar vai saindo.Entrando.Saindo.
Quando estiver calada, quero que observem a vossa respiração, o ar a entrar e a sair, com muita atenção, tal como o gato vigia a toca do rato (silêncio durante 5 respirações).
Inspirando a minha respiração fica mais profunda.Expirando a minha respiração fica mais lenta.Profunda.Lenta. (silêncio por 5 respirações)
Inspirando sinto-me calma.Expirando sinto-me relaxada.Calma.Relaxada. (silêncio por 5 respirações)
Inspirando estou consciente do momento presente.Expirando eu sei que é um momento perfeito.Momento presente.Momento perfeito. (silêncio por 2 respirações)
Quando toco os sinos, quero que fiquem sentados e ouçam o som até que não o consigam ouvir mais.
(tocar os sinos duas vezes)
Quando estiverem prontos, podem abrir os olhos.
"Como se sentiram?""Senti-me em paz." "Relaxado.""Alguém adormeceu?", perguntei. Alguns miúdos acenaram."Quando se sentirem sonolentos, basta abrirem os olhos."
"Vamos tentar uma meditação a andar. Levantem-se todos e espreguicem-se e fiquem numa linha. Imaginem que estiveram numa nave espacial e viajaram de muito, muito longe. Estiveram longe da Terra por muito, muito tempo. Então, a vossa nave espacial aterra e vocês põem os vossos pés na terra pela primeira vez. Imaginem que cada passo que dão é tão especial como esse primeiro passo. Movam-se muito cuidadosa e lentamente, tomando atenção a cada passo."
As crianças seguiram-me numa linha e fomos andando à volta das pequenas mesas da aula como uma centopeia.
Os sinos foram um sucesso com os miúdos e todos tiveram oportunidade de os tocar.Fizemos uma segunda sessão e por esta altura as crianças pareciam ter apanhado o jeito.
Havia um sentimento diferente na sala e lembrei-os que sempre que se sentissem assustados, nervosos ou zangados, respirassem fundo algumas vezes.
A mãe que me convidou a visitar a sala de aula pensou que uma breve meditação diária pudesse ser útil - uma espécie de intervalo ligeiro, e decidiu comprar uns sinos para a classe. No dia seguinte viu o seu filho Kevin sentado no seu quarto imitando a minha posição de meditação.
Aqui fica um vídeo.
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