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quarta-feira, novembro 05, 2008

Há famosos que nasceram em aldeias

Não que isso tenha alguma influência seja no que for, mas a questão prende-se no facto de haver uma ligação imaginária entre a fama e a cidade. Pois esta reportagem só vem provar que nem todas as ligações são reais e que as pessoas não se medem nem aos palmos nem pelas aparências!

Aldeias de nomes desconhecidos viram nascer muitos dos ilustres desta grande aldeia que é Portugal.
Timidez, genuinidade, respeito pelo dinheiro, mas, sobretudo, tenacidade são características comuns a quem nasceu na dureza do Portugal profundo.
Seguem-se memórias de locais, momentos e cheiros que marcaram, como ferros, o resto das suas vidas.


1
Banhos na ribeira
Joaquim Pina Moura*

Loriga, Guarda
Ir aos fins-de-semana passear de carro até ao Mondego era luxo que poucos meninos da província podiam gozar. Joaquim pôde. O pai tinha o seu próprio automóvel. Oriundo de uma família burguesa de Loriga (à época uma aldeia), o pequeno Joaquim nunca soube o que era trabalhar.
A sua tarefa era estudar. Desde muito cedo se habituou a correr pelas fábricas de lanifícios, as grandes empregadoras de Loriga de que os seus avós, de ambos os lados, eram sócios. Na década de 20 tinham ganho dinheiro em Manaus, no Brasil, para potenciar esta indústria na terra. Lá viveu dois anos com direito a queda aparatosa que lhe deixaria na face uma marca que o obriga, até hoje, a repetir a história: num baldio, frente à casa, caiu direitinho em cima de uma garrafa partida. A mãe, professora primária, muda-se para casa alugada numa aldeia ainda menor, o Carvalhal.
Benvinda toma conta dos dois irmãos até aos quatro anos, data em que rumam ao Porto. Pelas suas ideias políticas, o pai, veterinário na autarquia de Seia, é demitido. Mas encontra trabalho na Invicta. "Dizem os anais que não me adaptei à vida na cidade, sentia uma nostalgia por um meio mais pequeno." Joaquim volta à província sem os pais. No Pereiro, uma tia zela por ele em casa e na escola, onde era professora. Hoje recorda a música e o movimento na festa das "papas", os banhos em Ribeira de Loriga, as rezas diárias e as férias grandes com primos e amigos. Volta anualmente a Loriga no primeiro dia de Agosto, para levar o pai à festa de Nossa Senhora da Guia. Embora orgulhoso das suas raízes, sente-se, sobretudo, urbano.
*Presidente da Iberdrola


2
À pesca no Côa
Jaime Silva*
Almeida, Guarda
Os peixes fritos pela mãe, comia-os mas sem grande prazer. Do que gostava, mesmo, era de pescá-los nas frias águas do Côa. A semana inteira só fazia sentido porque havia um sábado, o dia que antecedia a missa era, na verdade, o dia santo para Jaime e o milagre dava-se à beira rio. Saía de casa antes do sol nascer, pelas seis da manhã.
Chegava-se lá na égua ou no cavalo emprestados pela tia Maria. Nas cestas, as famílias de Almeida levavam a merenda. Jaime adorava pescar com os homens da casa: o pai, o avô e o irmão, enquanto as mulheres tagarelavam. De cana bem segura, o bargo mordia amiúde. Era um miúdo e estava a anos-luz de imaginar que seria ministro das pescas. Aos cinco anos deu as primeiras braçadas. Ainda hoje se perde por povoações dentro de muralhas, como a sua Almeida.

É como tudo lhe parece mais organizado: as casas arrumadinhas e, lá fora, o campo. Limitação territorial que lhe transmitia uma sensação de protecção. Soará, por isso, a contraditório o desejo que lhe corria nas veias de ultrapassar a fortaleza e ver o mundo lá fora. A abertura de um colégio até ao 5º ano protelou a, fatal, saída do rapaz. Partiu já com 15 anos mas só mais tarde, quando chegou aos estudos superiores, em Lisboa, saciou a fome de tudo o que esteve fora do seu alcance.
Tem feito vida entre Portugal e Bruxelas, onde reencontrou as suas queridas merujes, iguais às que comia na terra. Apressou-se a comprá-las mas, desilusão, sabiam apenas a nada. Volta ao aconchego das muralhas no Verão e no Natal, que não é Natal se não for com muito frio, muita geada, com a mãe e demais família em Almeida. "É lá que durmo melhor."
*Ministro da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas


3
A pé pela serra
Horácio Roque*

Mogadouro, Oleiros
Fotografias não abundavam em Mogadouro. De pequeno não guarda nenhuma
Tinha quatro anos quando o telefone (à manivela) foi instalado lá em casa. Um acontecimento histórico. O telefone do sr. Roque, exemplar único no povoado mas que acabava por ser relativamente comunitário, era sinal exterior de riqueza. Como boa casa agrícola, também aquela dispensava os filhos do trabalho campestre, e eram cinco. Ainda que folgada, a vida nas beiras não se prestava a facilidades.
Todos os dias Horácio palmilhava 10 quilómetros, distância que separava a escola, em Oleiros, da casa dos pais - a única com WC. "Mesmo com condições, era uma grande dureza atravessar a serra fria", lembra. Pelas paredes da grande casa dos Roque ecoava a reza familiar do terço, rotina diária. A casa, construída há 80 anos pelo seu pai, ainda hoje está impecável, fruto da manutenção. Tal como o forno onde a mãe cozia pão ou a cerejeira que Horácio plantou em miúdo, que revisitou há coisa de um mês. Lembra a matança do porco, e de quando construía o presépio com o pai, homem ligado à Igreja e sempre pronto a oferecer repasto "às forças vivas do distrito".
Um diplomata, portanto, que só perdeu as estribeiras quando o filho mais novo lhe roubou a pistola para disparar no caminho da escola: "Foi a única vez que me chegou a roupa ao pêlo." Horácio estava com 13 anos quando o pai lhe anunciou a partida para Angola. "Muitas das pessoas de Luanda eram gente da província, como eu. Só isso permitiu que se criasse uma sociedade que transmitia confiança, onde não havia contratos, bastava a palavra. Nas cidades não era assim." "Continuo muito genuíno, essas são as minhas raízes." Aprecia tudo o que é bom... mas pelo mais baixo preço. "Não esbanjo." No porto de embarque, um irmão ofereceu-lhe um porta-moedas. "Atirei fora o velho e o meu pai insultou-me, que assim nunca teria nada na vida. Dei-lhe razão. Voltei atrás a apanhá-lo."
*Presidente do Banif


4
Ir aos ninhos
Henrique Granadeiro*

Serra d'Ossa, Redondo, Évora
Henrique Granadeiro na fotografia que lhe serviu para fazer o bilhete de identidade
Quem conhece a original serra d'Ossa, onde esteva e tojo lutam, bravos, pela vida num solo mais rico em pedra do que em água, percebe que é metáfora perfeita para a vida de Henrique Granadeiro. Parido em casa, assistido pela Ti Paula, parteira e madrinha da rapaziada lá da zona, foi sexto filho e teve uma infância "muito feliz". Faltava sempre dinheiro, nunca harmonia familiar. "Era uma vida de grande dureza mas com espaço para brincadeiras." A predilecta era ir aos ninhos: "descobri-los, ficar dono deles e acompanhar a sua evolução".
Brincadeira que, reconhece, lhe dava o mesmo sentimento de conquista e de poder que ainda hoje o faz correr. Dois braços para trabalhar no campo eram uma riqueza não negligenciável, mas para a família Granadeiro não ir à escola nunca foi opção. Na primária em Santiago de Rio de Moinhos, notas acima da média deram-lhe lugar de destaque, que as conquistas da inteligência ofuscam mais do que as do dinheiro. Era estudante trabalhador. O dia começava cedo: fizesse chuva ou sol, "só um cataclismo" o impediria de cumprir as suas tarefas.
Quando punha o pé (descalço) no pátio da escola já tinha horas de rega 'em cima'. À volta guardava o gado. Os rigores do Inverno, sem abafos, endureceram corpo e alma. A sensação das pontas dos dedos gelados na apanha da azeitona ou as lágrimas nas primeiras noites de seminário (onde estudou) animam-no quando a outros baixam braços. Combateu a timidez de quem pouco conhece. Amiúde a vida o obrigou a silenciar o menino da Ribeira. Ainda assim ele fala. Na OPA chateou os assessores da casa, contrários a frases provincianas: "Isso é um negócio à Sonae, dá um chouriço para receber um porco."
Para quê estrangeirismos snobes? Um chouriço é mais claro. O mercado entendeu-o na perfeição. Respeita "profundamente" o dinheiro. Passa sem um Rolex e não arrisca em jogos da sorte, mas no Natal permite-se uma lotaria. Semanalmente ruma, religiosamente, à sua fonte inesgotável de força: o Alentejo.
*"Chairman" da Portugal Telecom


5
Mimos da terra
Daniel Proença de Carvalho*

Soalheira, Fundão
Daniel Proença de Carvalho no seu primeiro dia de aulas. Em Soalheira há uma rua com o seu nome
Dia de "derby", Sporting-Benfica. O rádio Telefunken, estrategicamente colocado na varanda da casa, deliciava dezenas de ouvintes, que no largo vibravam com o relato. No 13 de Maio, as beatas tinham direito a entrar em casa e rezavam acompanhando a missa, pelo rádio, directamente do Santuário de Fátima. A tia, fervorosa católica, tratava do lar e dos meninos enquanto a mãe ensinava o ABC na escola primária.
Daniel, que um dia seria presidente da RTP, era o dono do rádio e gostava desta agitação. Nado na Soalheira, a sua foi, de facto, uma meninice ao sol. Nem o racionamento - impacto que a guerra tinha na mesa de cada um - o incomodava. Da quinta do avô vinha tudo aquilo que a família precisava. O gosto pela caça ficou-lhe da infância. De caçadeira, no raiar da manhã, lá ia com o avô paterno às lebres e às perdizes. Outro grande programa era ouvir o tio que, vindo do Porto, narrava histórias da cidade. "Não tínhamos televisão e a minha aprendizagem - da vida, da sociedade e da política - era por ali."
Marcou-o a tal ponto que tenta fazer o mesmo com os netos, porque "os alicerces familiares acompanham-nos para o resto da vida e hoje os meus filhos e netos (cinco) têm uma vida menos rica por causa das solicitações". O meio agreste da cidade, onde valores como a solidariedade são apenas tema de campanha de publicidade, não ajuda. "Quando deixar de trabalhar volto para o campo." Concorda que frontalidade e tenacidade sejam características comuns aos que vieram da província e reconhece-as em si.
"Na minha profissão há mais esforço e disciplina do que talento. Nada está adquirido. E dar o meu melhor é herança da minha origem, sem dúvida." Na voz já não se lhe sente a pronúncia beirã. A veia musical e os muitos anos que leva na capital explicam o sucedido. Em Soalheira, onde lhe restam parentes afastados, Daniel viu o seu nome ser dado à rua da escola onde a mãe, Maria Irene, dava aulas. Um mimo da terra que o emocionou. Hoje, vai lá menos. A planície encantou-o e, ultimamente, encontra-se mais nela.
*Advogado


6
Natal na aldeia
Fernando Pinto Monteiro*

Porto de Ovelha, Almeida
Com a irmã Maria Helena, em Porto de Ovelhas. À data da fotografia, Pinto Monteiro estava com 3 anos
Sempre o encantou a coincidência de ter nascido na velha casa de família, num dia da Páscoa de 1942, quando a procissão religiosa passava, justamente, à sua porta. "Nesse dia (como ainda hoje) as pessoas da aldeia enfeitavam as ruas com muitas flores."
Fernando viveu nessa casa de avós e bisavós até aos 4 anos, altura em que rumou ao Sabugal, onde fez a escola primária. Aos 10 anos seguiu o caminho natural de um menino de boa condição social: foi para a Guarda para frequentar o, então, 7º ano. Vai religiosamente à aldeia todos os Natais e alguns dias nas férias do Verão. Recorda os avós, o canto dos pássaros nas noites de lua cheia do mês de Maio, o canto das rãs, dos grilos e dos ralos nas noites quentes de Verão; o cheiro das maçãs e da relva cortada; o branco da neve; a beleza das cerejeiras em flor; o riso das raparigas e tantas outras coisas...
Nem os anos, nem a vida, nem os compromissos apartam os Pinto Monteiro das suas raízes, vão sempre lá os quatro irmãos e demais família, porque em Porto de Ovelha já não há familiares próximos, mas há as casas e existem memórias de uma infância feliz que ainda hoje garante transportar consigo. "Os melros que viviam no grande quintal da casa, ainda hoje pousam na minha mesa de trabalho."
*Procurador-geral da República


7
Amor aos livros
Amadeu Ferreira*

Sendim, Miranda do Douro
A chegada da biblioteca itinerante da Gulbenkian à aldeia de Sendim era o acontecimento do mês. Contornar a limitação dos três livros - número máximo de obras por pessoa - não foi problema para Amadeu. À época era aluno da segunda classe e, avessos às leituras, os colegas iam à carrinha buscar livros e passá-los ao único que lia, noites a fio, à luz da vela ou do borralho.
Gostava da escola, até ajudava a professora a corrigir os deveres dos outros, mas ler era amor puro. As histórias do velho Joaquim Viriato, contador em mirandês, são recordação da meninice. Desde cedo palmilhou os quatro quilómetros que o levavam à horta da família, lá no fundo do vale, junto ao Douro. Regar às seis para estar na escola às nove.
Durante uma saída a Vinhais, Amadeu está ao centro, é o rapaz à esquerda atrás do arbusto
No caminho, ainda noite escura, pelava-se de medo daquele silêncio "que gritava de uma maneira assustadora". Cantava para espantar os espíritos. Segundo de cinco irmãos, Amadeu viu o pai, sapateiro, emigrar para França. A mãe trabalhava no campo e deixava uma sopinha com migas junto às cinzas, que depois das aulas lhe sabiam "pela alma". Apesar das dificuldades, era feliz: "Nunca pensei em sair dali." Mas saiu, aos 10 anos. "Prà frentex", a mãe fazia questão que o filho estudasse: "Vós desaparecei daqui", dizia.
Maria de Jesus, a professora, assinava por baixo. Com o prior lá da terra moveu mundos e fundos e pôs Amadeu no seminário. Chorou muito com saudades, mas sabia que o seu destino era tentar mudar a sorte da sua aldeia: "Não era justo que a gente da minha terra vivesse assim." Uma certa ideia de afectividade em relação ao mundo, de valorização das pessoas e da noção da responsabilidade - que lá se tomava muito cedo -, de ter obrigações para com a sociedade, tudo isso, ainda vem de lá. "É um imenso orgulho ser filho daquela gente, que se construiu a si própria. Aqueles é que são património universal." A reforma é lá. "O meu paraíso é aquele, é ali que quero voltar."
* Docente na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, membro do Conselho Directivo da CMVM


8
O cheiro da região
Rui Pereira*

Duas Igrejas, Miranda do Douro
Em Chaves, tinha então 6 ou 7 anos. Ainda hoje se identifica com a paisagem de Trás-os-Montes
O boneco não se chamava Rosebud nem tinha qualquer outro nome, mas desfazia-se e reerguia-se miraculosamente. O avô materno tinha-o oferecido ao neto pouco antes de se despedir da vida.
Era de madeira, articulado, e deliciava o miúdo num tempo em que o mais habitual era a bola de trapos. Rui Pereira, "transmontano jus soli (por direito de solo) e jus sanguin (por direito de sangue)", sairia de Duas Igrejas, estação terminal da linha do Sabor, logo aos 3 anos. Rumou a Chaves, onde viveu toda a adolescência. "Enquanto aluno de liceu, tinha a plena consciência de que não poderia frequentar a Faculdade de Direito em Trás-os-Montes - na época, aliás, universidade e Trás-os-Montes eram expressões contraditórias." Por isso, com 17 anos, migrou para Lisboa.
Não é apreciador da expressão Portugal Profundo, mas não tem dúvidas em, ainda hoje, identificar-se com a paisagem torguiana. "Considero em sentido amplo Trás-os Montes como a minha terra" a tal ponto que "o cheiro da região é algo que tenho a pretensão de reconhecer de olhos fechados".
*Ministro da Administração Interna


9
Entre kings e suecas
A ligação do social-democrata com Vila Real é afectiva e política
Pedro Passos Coelho*

Vila Real
O social-democrata não tem dúvidas: "Apesar de não ser onde nasci, Vila Real é a minha cidade afectiva." Regressado de Angola em 1974, mudou-se com a família para Vale de Nogueiras de Panóias, uma aldeia transmontana onde tinha raízes paternas.
"A primeira impressão foi de choque", recorda. Acostumado à cosmopolita Luanda, quando chegou nem se apercebeu bem onde estava: "Fazia escuro como breu e o caminho era estreito. Sem electricidade, tudo o que via era alumiado por uma candeia." A casa continha um vasto espólio religioso, "bizarro" e "assustador" para alguém com 10 anos. "Passei a noite pregado à cama, num quarto enorme cheio de cristos em chagas e armários de paramentos."
Uns anos mais tarde, a família Passos Coelho mudou-se para Vila Real. "Reconciliei-me com a cidade num Verão entediante em que entrei na sede do PSD para ver se conhecia alguém." "Entre 'kings' e 'suecas', convidaram-me para entrar numa comissão política do partido, e fui eleito para a concelhia." Clareza no discurso e desinibição tornaram-no "imprescindível" nos encontros nacionais do PSD, levando-o até Porto e Lisboa. Eleito para o Conselho Nacional em 1980, pela lista de Rui Gomes da Silva, Passos Coelho foi destacado representante da JSD com 16 anos. "Ir para Lisboa tornou-se uma obsessão política", confessa. Conciliar política e estudos tornar-se-ia impossível, pelo que deixou a faculdade no segundo ano.
A ligação política com Vila Real mantém-se: "Em 1997 já me tinham convidado para ser cabeça de lista da assembleia municipal, mas só há três anos acabei por assumir este cargo."
*Ex-dirigente do PSD



Texto publicado na Única da edição do Expresso de 25 de Outubro de 2008

Curiosamente, não há um único nome feminino nesta lista! Será porque "não há" mulheres suficientemente famosas em Portugal, ou porque o jornalista se esqueceu?

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