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quarta-feira, novembro 12, 2008

Conservação da natureza investe no conhecimento

Foram detectados vários problemas pelos técnicos que elaboraram o Relatório Nacional de Implementação da Directiva Habitat, diz a notícia do Expresso.

O Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade(ICNB) garantiu que irá reforçar os investimentos na área do conhecimento científico após ter detectado "grandes carências", nesta área, aquando da elaboração do Relatório Nacional de Implementação da Directiva Habitats. Tito Rosa, presidente do ICNB, reconheceu hoje, na apresentação pública das conclusões do referido relatório, a importância de se investir mais na área do conhecimento sobre património natural.
À pergunta do Expresso de que modo iria ser conseguido investimento, o presidente do ICNB respondeu: "O dinheiro pode ser muito mas se não houver uma boa gestão dos recursos não serve para nada". O que disse ser prioritário é o investimento "na atitude, na organização e gestão dos recursos. Este é o nosso primeiro investimento". Quanto a numerário, Humberto Rosa, secretário de Estado do Ambiente, presente na sessão, referiu não poder adiantar montantes, mas que o ICNB poderia recorrer ao Quadro de Referência Nacional (QREN), como um dos meios onde poderá obter verbas. Outros problemas foram detectados pelos técnicos que elaboraram o relatório nacional. Os mapas cartográficos e as suas escalas, verificou-se, em alguns casos, ser impossível avançar com os trabalhos, como aconteceu com no caso da flora. No resumo não técnico do documento afirma-se: "A ausência de cartografia actualizada, relativamente à distribuição de parte das espécies da flora e fauna, e dos habitas naturais, particularmente no que diz respeito ao território continental (...) foi um importante constrangimento à elaboração do relatório nacional". Do documento estão identificados 99 habitats e 347 espécies, num cenário onde a maioria dos habitats, como é afirmado, "está num estado de conservação, desfavorável/inadequado"
Situação que se verifica sobretudo a nível continental devido à pressão urbana na zona costeira que acaba por produzir impactos negativos nas áreas dunares salinas e turfeiras. Nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores os indicadores ao nível de fauna e em particular da flora referem uma "avaliação global favorável". Curiosamente, os anfíbios e répteis representam as espécies faunísticas em situação "favorável". O relatório cita também existirem "importantes lacunas de conhecimento" no que se refere aos grupos dos invertebrados, morcegos não cavernícolas, mamíferos e répteis marinhos".

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