O crudivorismo é uma prática alimentar que consiste em comer apenas alimentos crus:
- Comer apenas o que nasce na natureza.
- Disso, só comer aquilo que temos vontade, apenas na quantidade que o corpo pede e quando sentimos fome.
- Consumir os alimentos assim como a natureza nos oferece, sem misturar, sem temperos, sem aquecer.
- Sempre que possível, comer os alimentos isentos de adubos químicos.
No crudivorismo, os alimentos são comidos no estado natural, crus, sem o recurso a conservantes, temperos, fermentações ou preparos culinários.
Apesar de se supor pouco praticada na actualidade, esta modalidade alimentar já teve muitos adeptos, antes de cair em desuso por algum tempo, e agora está a reaparecer.
É inquestionável que os seus seguidores se fundamentam em princípios onde é difícil não encontrar lógica:
- O homem é o único animal que cozinha os alimentos, destruindo com isto as suas propriedades nutritivas. A quase totalidade das enzimas, que são extraordinárias para o aparelho digestivo, perdem-se, mesmo na simples cozedura, e a água fisiológica dos vegetais, quando não se evapora, dilui-se demais ou é indesejavelmente transformada, deixando o alimento destituído dos seus princípios vitalizantes. Os minerais passam do estado orgânico, assimilável, a um estado inorgânico de difícil aproveitamento;
- Sempre que ingerimos alimentos cozinhados, produz-se um fenómeno que se designa cientificamente por leucocitose digestiva. Ao detectar a presença de substâncias alheias à fisiologia humana, o sistema imunológico julga-se invadido e liberta os leucócitos para as combater, agindo como se estivéssemos no meio de uma epidemia (uma vez que a prática errada ocorre em todas as refeições). É para tentar atenuar este inconveniente que os dietistas aconselham o consumo de saladas em todas as refeições, pretendendo enganar desta forma as nossas defesas naturais.
- Estamos preparados para digerir e assimilar alimentos crus (naturais);
- Do ponto de vista moral, é difícil justificar o acto de matar, quando se sabe que tal não é necessário e serve apenas para gratificar o paladar, por breves instantes... e em prejuízo da nossa saúde!
Se comemos alimentos cozidos, há um aumento dos glóbulos brancos após a refeição — como se tivéssemos ingerido veneno. O nosso sistema imunológico, neste caso, está ocupado de manhã até à noite enfrentando os tóxicos que introduzimos com a alimentação aquecida, em vez de se defender contra germes e destruir células cancerígenas.
O médico suíço, Dr. Max Bircher-Benner (1867-1993), ouviu falar dos incríveis efeitos da alimentação crua. Experimentou e ficou perplexo com o resultado. Naquela época, todas as crianças com doença abdominal morriam. A clínica pediátrica do Hospital Universitário de Zurique encaminhou quatro crianças ao Dr. Bircher-Benner. Retornaram curadas. A sua alimentação consistia, principalmente, em bananas frescas, depois substituídas por maçãs frescas, com o mesmo resultado. Também as crianças diabéticas foram beneficiadas com uma dieta exclusiva de frutas frescas.
O Dr. Bircher-Benner apresentou ao Dr. Joseph Evers, na Alemanha, três pacientes que ficaram livres de esclerose múltipla, uma doença considerada incurável. O Dr. Evers começou, então, a tratar pacientes portadores de esclerose múltipla e outras doenças consideradas incuráveis, com resultados surpreendentes. Em reunião da Associação Alemã de Neurologia, o Dr. Evers apresentou suas radiografias e a estatística, mostrando que — ao iniciar a alimentação com frutas e verduras frescas dentro do período de um ano após o aparecimento dos sintomas — 94% dos portadores de esclerose múltipla ficavam curados. O Dr. Evers, falecido em 1975, não utilizava medicamentos, somente alimentação.
O Dr. Honekamp, director clínico de uma clínica psiquiátrica alemã, documentou, no seu livro sobre a cura de doenças mentais com produtos naturais, como conseguiu curar pela alimentação crua, com poucas excepções, os pacientes internados na sua clínica. Entretanto, ele mostrou que a esquizofrenia crónica só pôde ser curada após quatro anos.
Tudo foi esquecido até recentemente, quando o físico Fritz Popp descobriu que os nutrientes vivos irradiam fotões. Essas pequenas partículas de luz aparentemente protegem o sistema imunológico e destroem células cancerígenas. Quando aquecemos os alimentos vivos, a irradiação torna-se muito forte e depois cessa — os alimentos estão mortos.
Se fosse necessário manter apenas três grandes princípios da alimentação sadia, seria a regra que respeita os três "V":
V para vegetal, isto é, dar o lugar preponderante na nossa alimentação aos alimentos de origem vegetal, consumindo apenas pequenas quantidades dos alimentos de origem animal.
V para variado, isto é, evitar qualquer monotonia e hábitos repetidos.
V para vivo, ou seja, comer principalmente alimentos não desnaturados, como os grãos germinados, as frutas e os legumes crus, suprindo o organismo das enzimas, das vitaminas e das substâncias biológicas que ele necessita.
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