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quinta-feira, abril 16, 2009

Banco Alimentar dos Animais ajuda cães e gatos abandonados

Têm quatro patas, bigodes, muito pêlo, feitios mais ou menos difíceis e a ajuda do Banco Alimentar dos Animais (BAA), que, desde Dezembro, entrega mantimentos, cobertores, medicamentos ou brinquedos aos cães e gatos mais desamparados.
Alguns têm nomes retirados do nosso imaginário infantil, como o Zorro,a Godzilla, o Golias, a Barbie ou a Cindy, outros são confundidos com aristocratas como o Marquês, outros têm nomes originais como a Maria Azeitona ou a Maria Seara e outros ainda, como o Romeu e a Julieta, lembram-nos que nem todas as histórias têm um final feliz.
Todos estes, e muitos outros, foram acolhidos pela Focinhos e Bigodes, uma pequena associação para a protecção de cães abandonados que luta todos os dias para lhes dar um lar e que conta agora com uma ajuda extra.
"É sempre importante [ter a ajuda do BAA], porque nós vivemos dos sócios, que neste momento ainda são poucos, das campanhas que vamos fazendo e das coisas que as pessoas vêm cá oferecer, e a campanha alimentar é importante porque algum dinheiro que nós conseguimos angariar é para as esterilizações, para os remédios ou para os veterinários", disse à Lusa uma das responsáveis pela associação, Ester Tenreiro.
O espaço, existente há seis anos em São Domingos de Benfica, em Lisboa, é pequeno e já está cheio com os 60 cães que a associação foi entretanto recolhendo das ruas.
O lar provisório destes animais são várias boxes que têm vindo a ser recuperadas muito à custa do trabalho de todos os voluntários da Focinhos e Bigodes.
"[A maior dificuldade da associação é] A situação financeira, rincipalmente, porque para termos isto e a Câmara deixar que isto continue, temos de ter muitas condições e é o que temos estado a fazer com estas obras para depois termos uma aprovação e podermos continuar", explicou Ester Tenreiro, sublinhando que a alimentação e os cuidados médicos com os animais são o que mais pesa no orçamento da associação.
Um trabalho que conta agora com a ajuda do Banco Alimentar dos Animais, criado em Dezembro do ano passado com o propósito de angariar alimentos para todos os cães e gatos que, com particulares ou em associações, precisem de ajuda.
"Esta ideia surgiu entre mim e a Ana Ribeiro, do Porto, numa conversa, porque tínhamos a ideia do Banco Alimentar Contra a Fome, que era uma ideia interessante, mas ligado com os animais, ou seja, distribuição de ração", explicou à Lusa o co-fundador do BAA, durante a entrega de alimentos e cobertores à Focinhos e Bigodes.
De acordo com João Pedro Valente, apesar do BAA só existir há pouco mais de dois meses, já conseguiu entregar mais de 1.300 quilos de ração em 33 ajudas a associações e particulares e conta já com a ajuda de 91 voluntários espalhados de norte a sul do continente e nas ilhas.
"O nosso principal objectivo é a criação de um stock ao longo de um mês e depois ir distribuindo pelas várias associações", frisou.
A recolha desses mantimentos é feita, para já, só com a ajuda de donativos e particulares porque o BAA ainda não é oficialmente uma associação.
"Recebemos a maior parte dos donativos de particulares que entregam a vários voluntários que estão estipulados numa lista no nosso blogue, mas também através de pontos de recolha, já que temos vários, em Lisboa, Porto e na Madeira", adiantou João Pedro Valente.

No Expresso

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