Livro Verde dos Transportes Urbanos
A propósito do conjunto de iniciativas organizadas pelo IMTT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, IP, exclusivamente dedicado à divulgação do Livro Verde, e destinado à obtenção de comentários e contributos sobre as questões que o documento coloca, Marco Pereira escreveu:
Eu, Marco Pereira, tive o prazer de estar presente no passado dia 18 de Fevereiro, no Sheraton Porto Hotel, no Workshop sobre esta problemática, em representação da FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE CICLOTURISMO E UTILIZADORES DE BICICLETA.
O Tema em que participei foi Vilas e cidades mais verdes. Nesta consulta pública senti que dei o meu contributo, é pena não fazerem este tipo de acções nas mais diversas matérias.
Verifiquei que de facto existe uma consciência colectiva que a situação não está bem no que respeita ao ambiente, saúde, mobilidade, etc. Contudo, verifico também que todos têm várias opiniões e até bastante positivas, mas no que respeita a mudança cultural e de hábitos tudo é diferente. Parecemos todos políticos, pois pensamos de uma forma e fazemos o oposto. Este é realmente o maior problema.
O Tema em que participei foi Vilas e cidades mais verdes. Nesta consulta pública senti que dei o meu contributo, é pena não fazerem este tipo de acções nas mais diversas matérias.
Verifiquei que de facto existe uma consciência colectiva que a situação não está bem no que respeita ao ambiente, saúde, mobilidade, etc. Contudo, verifico também que todos têm várias opiniões e até bastante positivas, mas no que respeita a mudança cultural e de hábitos tudo é diferente. Parecemos todos políticos, pois pensamos de uma forma e fazemos o oposto. Este é realmente o maior problema.
Entre muitas questões vou referir a área que defendi, quando intervim disse que a utilização da bicicleta e co-modalidade com os transportes públicos seria o futuro. O que na realidade dá um maior contributo nas diversas áreas (financeira, ambienteis, saúde, etc.), de realçar que estamos a falar em distâncias entre os 5 e os 50 km (Co-modalidade, transportes públicos bicicleta).
Todos foram unânimes em dizer que realmente é uma opção muito viável e possível, até um dos moderadores, professor Catedrático Paulo Pinho da Faculdade de Engenharia da UP, deu um exemplo que passo a citar “foi dar umas aulas á universidade de Genéve e à universidade de Luanda, na primeira, à chegada foi-lhe entregue um mapa de ciclóvias e um titulo de transportes públicos e na segunda um carro com motorista”. Com este exemplo, podemos realmente verificar, que a questão é cultural e de hábitos.
Perante esta situação eu disse algo que não deve ter agradado aos presentes, que foi estamos a debater estes temas e temos consciência que teremos que mudar, então vamos dar o exemplo, cada um de nós começa a partir de hoje a usar os transportes públicos e a bicicleta. Ouve algum silêncio, claro, pois eu utilizo a bicicleta em co-modalidade com o metro, no inicio custou-me a habituar, agora não dispenso, salvo raras excepções.
Quero realçar que nos quatro Workshops, bem como no livro de referência que a União Europeia enviou-nos está bem presente a temática e o apelo à utilização da bicicleta, bem como incentivos à criação de ciclóvias, mas deu-me a sensação que o poder político, nomeadamente a Sra. Secretária de Estado dos Transportes, bem como o Presidente do IMTT, têm alguma dificuldade em colocar a Bicicleta nos seus discursos, o que lamento pois a Sra. Secretária de Estado até participa em alguns eventos de Bicicleta promovidos pela FPCUB.
Também ficamos a saber que está em curso um estudo sobre uma rede de ciclóvias para a área Metropolitana do Grande Porto.
Neste meu relatório sobre a minha participação no Workshop, refiro que gostei de participar e de verificar que existem algumas pessoas a partilhar as minhas ideias, mas também e devido à problemática em causa julgo que poderia haver mais entidades envolvidas. Fiquei triste, por não estar nenhum representante nem da minha profissão nem da minha Faculdade, mas estou consciente que dei a minha opinião e o meu contributo.
Em suma, refiro algumas questões que considero importantes para pensarem:
v Diminuir a cultura do cimento;
v Planeamento e ordenamento do território, gestão urbana e desenho urbano (Projectarem, planearem a médio e longo prazo, não construírem e é claro destruírem passado alguns anos porque já não serve), sejam abordados de forma entrecruzada com a mobilidade;
v A tecnologia só por si não resolve os problemas da mobilidade;
v A perspectiva da “mobilidade para todos”, tendo presente o envelhecimento da população e a sinistralidade;
v O impacto negativo que resulta da “disponibilidade de estacionamento nos empregos e nas universidades”, como estímulo à utilização do automóvel;
v A valorização da sensibilização “por uma nova cultura” como um instrumento para consolidar a prazo a mobilidade e transportes sustentáveis;
Concluo comentando, uma questão também levantada, “a necessidade de reduzir as “ medidas avulsas” e intuitivas”, eu há muito tempo que sou defensor desta questão. Nomeadamente no poder político, quando se diz vulgarmente “é melhor isto do que se não houvesse nada”, é mau princípio, vale mais aguardar algum tempo e haver um estudo, um planeamento do que se quer e, então sim começar a fazer, realizar as coisas com pés, cabeça, troncos e membros. Disto é exemplo a Ciclóvia da Cidade do Porto, sobre este tema ainda não vi nenhum meio de comunicação social falar. Em Setembro do ano anterior, na semana Europeia da Mobilidade, a Câmara do Porto inaugurou a ciclóvia do Freixo à Foz, mas era preferível que inaugurassem a ciclóvia da Avenida Brasil. Esta crítica é construtiva e não depreciativa, pois até admiro o trabalho realizado pelo Dr. Rui Rio. Mas, enquanto utilizador de bicicleta, defensor da mobilidade para todos e até conhecedor na área de cicloturismo e utilizadores de bicicleta tenho como obrigação alertar para esta problemática.
1º- Esta ciclóvia atravessa muitas vezes a estrada principal;
2º- Entre o Freixo e a Ponte Luís I não tem espaço para se cruzarem duas bicicletas em sentido oposto e um peão;
3º- Circula-se muitas vezes nos trilhos do eléctrico, se vier o eléctrico quem tem prioridade?
4º- Na avenida Brasil poderia ter ficado um pouco mais larga;
O que os técnicos fizeram foi pintar e colocar uns sinais, na certeza de que raramente andam de bicicleta. Mas, se formos analisar pelas questões dos utilizadores de cadeiras de rodas que também têm direito a utilizar as ciclóvias, estes sim, se conseguirem deslocarem-se em toda a sua extensão chegam ao final muito cansados e tecnicamente mais capazes, pois concluem um labirinto com alguma dificuldade técnica.
Estas questões são importantes e devemos reflectir sobre elas.
A utilização de Bicicleta só traz vantagens.
Todos foram unânimes em dizer que realmente é uma opção muito viável e possível, até um dos moderadores, professor Catedrático Paulo Pinho da Faculdade de Engenharia da UP, deu um exemplo que passo a citar “foi dar umas aulas á universidade de Genéve e à universidade de Luanda, na primeira, à chegada foi-lhe entregue um mapa de ciclóvias e um titulo de transportes públicos e na segunda um carro com motorista”. Com este exemplo, podemos realmente verificar, que a questão é cultural e de hábitos.
Perante esta situação eu disse algo que não deve ter agradado aos presentes, que foi estamos a debater estes temas e temos consciência que teremos que mudar, então vamos dar o exemplo, cada um de nós começa a partir de hoje a usar os transportes públicos e a bicicleta. Ouve algum silêncio, claro, pois eu utilizo a bicicleta em co-modalidade com o metro, no inicio custou-me a habituar, agora não dispenso, salvo raras excepções.
Quero realçar que nos quatro Workshops, bem como no livro de referência que a União Europeia enviou-nos está bem presente a temática e o apelo à utilização da bicicleta, bem como incentivos à criação de ciclóvias, mas deu-me a sensação que o poder político, nomeadamente a Sra. Secretária de Estado dos Transportes, bem como o Presidente do IMTT, têm alguma dificuldade em colocar a Bicicleta nos seus discursos, o que lamento pois a Sra. Secretária de Estado até participa em alguns eventos de Bicicleta promovidos pela FPCUB.
Também ficamos a saber que está em curso um estudo sobre uma rede de ciclóvias para a área Metropolitana do Grande Porto.
Neste meu relatório sobre a minha participação no Workshop, refiro que gostei de participar e de verificar que existem algumas pessoas a partilhar as minhas ideias, mas também e devido à problemática em causa julgo que poderia haver mais entidades envolvidas. Fiquei triste, por não estar nenhum representante nem da minha profissão nem da minha Faculdade, mas estou consciente que dei a minha opinião e o meu contributo.
Em suma, refiro algumas questões que considero importantes para pensarem:
v Diminuir a cultura do cimento;
v Planeamento e ordenamento do território, gestão urbana e desenho urbano (Projectarem, planearem a médio e longo prazo, não construírem e é claro destruírem passado alguns anos porque já não serve), sejam abordados de forma entrecruzada com a mobilidade;
v A tecnologia só por si não resolve os problemas da mobilidade;
v A perspectiva da “mobilidade para todos”, tendo presente o envelhecimento da população e a sinistralidade;
v O impacto negativo que resulta da “disponibilidade de estacionamento nos empregos e nas universidades”, como estímulo à utilização do automóvel;
v A valorização da sensibilização “por uma nova cultura” como um instrumento para consolidar a prazo a mobilidade e transportes sustentáveis;
Concluo comentando, uma questão também levantada, “a necessidade de reduzir as “ medidas avulsas” e intuitivas”, eu há muito tempo que sou defensor desta questão. Nomeadamente no poder político, quando se diz vulgarmente “é melhor isto do que se não houvesse nada”, é mau princípio, vale mais aguardar algum tempo e haver um estudo, um planeamento do que se quer e, então sim começar a fazer, realizar as coisas com pés, cabeça, troncos e membros. Disto é exemplo a Ciclóvia da Cidade do Porto, sobre este tema ainda não vi nenhum meio de comunicação social falar. Em Setembro do ano anterior, na semana Europeia da Mobilidade, a Câmara do Porto inaugurou a ciclóvia do Freixo à Foz, mas era preferível que inaugurassem a ciclóvia da Avenida Brasil. Esta crítica é construtiva e não depreciativa, pois até admiro o trabalho realizado pelo Dr. Rui Rio. Mas, enquanto utilizador de bicicleta, defensor da mobilidade para todos e até conhecedor na área de cicloturismo e utilizadores de bicicleta tenho como obrigação alertar para esta problemática.
1º- Esta ciclóvia atravessa muitas vezes a estrada principal;
2º- Entre o Freixo e a Ponte Luís I não tem espaço para se cruzarem duas bicicletas em sentido oposto e um peão;
3º- Circula-se muitas vezes nos trilhos do eléctrico, se vier o eléctrico quem tem prioridade?
4º- Na avenida Brasil poderia ter ficado um pouco mais larga;
O que os técnicos fizeram foi pintar e colocar uns sinais, na certeza de que raramente andam de bicicleta. Mas, se formos analisar pelas questões dos utilizadores de cadeiras de rodas que também têm direito a utilizar as ciclóvias, estes sim, se conseguirem deslocarem-se em toda a sua extensão chegam ao final muito cansados e tecnicamente mais capazes, pois concluem um labirinto com alguma dificuldade técnica.
Estas questões são importantes e devemos reflectir sobre elas.
A utilização de Bicicleta só traz vantagens.
Vamo-nos mover mais a pé, ou de bicicleta! Faz bem ao corpo e à Natureza!
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